Café tem primeira queda em 16 meses no RS e dispara nos EUA
Dieese também aponta que preços do feijão, arroz, batata, farinha e açúcar também recuaram

O preço do café caiu em Porto Alegre pela primeira vez em 16
meses, segundo levantamento da cesta básica do Dieese. Em julho, houve recuo de
3,34%, interrompendo uma sequência de altas de dois dígitos iniciada em março
de 2024.
Apesar da retração, o acumulado em 12 meses ainda mostra
valorização de mais de 93%. O quilo do café custa, em média, R$ 66,62 — quase o
dobro do registrado no mesmo período do ano passado.
A escalada recente foi impulsionada por fatores climáticos,
como a seca em países produtores — especialmente o Vietnã — e queimadas em
lavouras brasileiras. Agora, com o avanço da colheita e o aumento da oferta, os
preços começam a ceder.
Segundo análise do Dieese, a redução acompanha o movimento
das Bolsas de Nova York e Londres, impactadas pela tarifa de 50% imposta pelos
Estados Unidos às importações brasileiras, o que gerou especulações sobre o
escoamento da safra. No campo, porém, o preço voltou a subir diante de safra e
beneficiamento abaixo das expectativas, de acordo com o Indicador CEPEA/ESALQ.
Alta nos EUA
Enquanto no Brasil há sinais de alívio, nos Estados Unidos o café acumula forte
alta e deve subir ainda mais com a tarifação, que atinge o principal fornecedor
do mercado norte-americano: o Brasil.
Outros alimentos mais baratos
Além do café, também registraram queda em Porto Alegre os preços do feijão,
arroz, batata, farinha e açúcar. No total, a cesta básica da capital gaúcha
recuou 0,12% em julho frente a junho. Ainda assim, em 12 meses, a alta
acumulada chega a 7,85%, acima da inflação.
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