Exportações do RS crescem 2,3% no semestre, apesar da queda de embarques para a China
Vendas gaúchas ao Exterior somaram US$ 9,3 bilhões até junho; destaque foi a expansão das exportações para a Argentina, sobretudo de automóveis e máquinas agrícolas

As exportações do Rio Grande do Sul alcançaram US$ 9,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, crescimento de 2,3% em relação ao mesmo período do ano passado. O desempenho, quarto maior da série histórica iniciada em 1997, contrasta com o resultado nacional, que teve queda de 2,5% no mesmo intervalo.
Os números são do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), e confirmam a força da indústria gaúcha no comércio internacional, mesmo em meio ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos e à incerteza nos mercados.
Apesar do avanço, a retração da China — principal parceiro comercial do Estado — limitou maiores ganhos. As compras chinesas caíram 25,1%, reflexo da quebra de 27% na produção de soja em razão da estiagem.
Na contramão, a Argentina se tornou o principal motor de expansão das exportações gaúchas, com aumento expressivo nas aquisições de automóveis e máquinas agrícolas. O país vizinho, que atravessa um processo de recuperação econômica e valorização do peso, importou mais de US$ 246,6 milhões em produtos gaúchos.
Além da Argentina, também se destacaram Indonésia (mais US$ 235,1 milhões) e Arábia Saudita (mais US$ 99,8 milhões) entre os destinos em crescimento.
Entre os produtos, lideraram a pauta exportadora do semestre fumo não manufaturado (US$ 1,1 bilhão), soja em grão (US$ 809 milhões), cereais (US$ 719,8 milhões), carne de frango (US$ 625,7 milhões) e farelo de soja (US$ 577,1 milhões). Máquinas de energia elétrica também tiveram salto expressivo, de 173,7%, impulsionadas por programas de modernização nos Estados Unidos.
O cenário para os próximos meses ainda é incerto. Além das tarifas impostas pelos EUA, preocupam o impacto da gripe aviária em Montenegro, a valorização do real frente ao dólar e os efeitos de conflitos internacionais. Mesmo assim, especialistas avaliam que alguns mercados podem manter a demanda, ainda que com preços mais altos.
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