Mulher é presa em Charqueadas suspeita de torturar filha com autismo
Delegado aponta reincidência de crimes contra a criança; Justiça converteu prisão em preventiva

Uma mulher de 41 anos foi presa em flagrante na última terça-feira (19/08) acusada de torturar a própria filha, de apenas 10 anos, diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA), em Charqueadas, na Região Carbonífera. A prisão foi realizada pela Delegacia de Polícia do município, com apoio do 28º Batalhão de Polícia Militar, e convertida em preventiva pela Justiça nesta quinta-feira (21/08).
Segundo o delegado Marco Schalmes, a ação ocorreu após denúncia de que a mulher havia agredido a filha dentro do Hospital de Charqueadas. Policiais civis e militares se deslocaram até o local e tiveram acesso às imagens das câmeras de segurança.
As gravações mostram a menina sendo arrastada pelos cabelos na entrada e no saguão do hospital. Testemunhas relataram que, em seguida, a mãe passou a agredir a criança com socos pelo corpo, proferindo frases como “tu vai me pagar” e “não vou te cuidar mais”, enquanto a menina chorava e pedia para que as agressões parassem.
— Testemunhas relataram que a mãe desferiu socos contra a filha, inclusive no rosto — afirmou o delegado.
Histórico de reincidência
De acordo com a Polícia Civil, este não foi o primeiro episódio de violência contra a menina em 2025. No dia 9 de abril, a mãe já havia sido indiciada por abandono de incapaz, após a criança ser encontrada sozinha transitando na RS-401. Dois meses depois, em junho, voltou a ser indiciada por tortura, quando o Conselho Tutelar constatou hematomas e arranhões pelo corpo da vítima.
— Como havia outro processo tramitando em relação à retirada da guarda dessa criança, não foi decretada a prisão preventiva da mãe naquele momento — explicou Schalmes.
Além dos crimes atuais, a mulher tem antecedentes por roubo, cometido em 2012, em Porto Alegre, e por maus-tratos contra outro filho, registrados em 2004, quando um bebê de um ano e seis meses foi encontrado com arranhões pelo corpo.
Situação da criança
Após as agressões desta semana, a menina foi acolhida em um abrigo da cidade. A identidade dos envolvidos não foi divulgada para preservar a integridade da vítima, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A mãe está recolhida no Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier, em Porto Alegre.
Mulher foi presa em flagrante pela Polícia Civil e Brigada Militar | Polícia Civil / Divulgação
Com informações da Polícia Civil e Zero Hora
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