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São Jerônimo, RS,23/08/2025

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Filmes & Séries

CINEMA | ‘O Último Azul’ traz reflexão sobre envelhecimento e resistência

Filme premiado de Gabriel Mascaro estreia nos cinemas após trajetória internacional e é celebrado por Rodrigo Santoro como símbolo da maturidade e da evolução do cinema brasileiro

Reprodução
CINEMA | ‘O Último Azul’ traz reflexão sobre envelhecimento e resistência Estrelado por Denise Weinberg, com Rodrigo Santoro, Adanilo e a cubana Miriam Socarrás, o longa é dirigido por Gabriel Mascaro

Depois de conquistar o Urso de Prata no Festival de Berlim e rodar o mundo em mais de uma dezena de festivais internacionais, “O Último Azul” estreia nos cinemas brasileiros no dia 28 de agosto, carregando não só os aplausos da crítica, mas também um simbolismo profundo: é o retrato de um cinema nacional amadurecido, potente e cada vez mais reconhecido globalmente.

Estrelado por Denise Weinberg, com Rodrigo Santoro, Adanilo e a cubana Miriam Socarrás, o longa é dirigido por Gabriel Mascaro (“Divino Amor”, “Boi Neon”) e ambientado na Amazônia, em um futuro distópico. Nesse Brasil de ficção, idosos são compulsoriamente transferidos para colônias isoladas — uma crítica direta ao etarismo estrutural da sociedade contemporânea.

Durante o Festival de Gramado, onde o filme abriu a 53ª edição e teve sua primeira exibição ao público brasileiro, Rodrigo Santoro, que foi homenageado com o Kikito de Cristal pela carreira, destacou a relevância do momento vivido pelo cinema nacional. “O cinema brasileiro resistiu por duas décadas e hoje colhe reconhecimento nos maiores festivais do mundo”, afirmou o ator em entrevista ao Omelete, citando também os sucessos de “O Agente Secreto”, vencedor em Cannes, e “Ainda Estou Aqui”, premiado no Oscar.

Uma jornada de resistência

Em “O Último Azul”, acompanhamos Tereza, uma mulher de 77 anos que se recusa a aceitar seu destino de exílio. Fugindo do sistema opressor, ela embarca em uma jornada pelos rios da Amazônia em busca de liberdade e do direito de escolher como e onde viver seus últimos anos. Sua história — quase mágica, com toques de realismo fantástico — é uma crítica incisiva às políticas de invisibilização da velhice, mas também um convite à celebração da autonomia e da plenitude na terceira idade.

A atuação de Denise Weinberg é um dos pilares emocionais do filme. Com carisma, profundidade e uma ironia delicada, ela constrói uma personagem que transborda vida, recusando-se a ser reduzida à condição de “inútil” que o sistema quer lhe impor.

Mascaro conduz essa história com uma sensibilidade ímpar. A Amazônia ganha um tom encantado, quase mitológico, enquanto peixes, caracóis e paisagens exuberantes compõem um universo visual que oscila entre o real e o onírico. A direção aposta em um ritmo contemplativo, que por vezes pode soar lento, mas contribui para a imersão no mundo interior da protagonista.

Participações marcantes e reflexões urgentes

Rodrigo Santoro surge em uma participação breve, mas significativa, como Cadu, o barqueiro que acompanha parte da travessia de Tereza. Já o personagem Ludemir (Adanilo) representa o contraponto da juventude libertária e das tensões entre gerações.

A beleza de “O Último Azul” está justamente na sua recusa a simplificações. O filme não idealiza o envelhecimento, mas também não o trata como tragédia. Em vez disso, convida o público a repensar a velhice como uma etapa de descoberta e reafirmação de identidade.

Um marco para o cinema brasileiro

“O Último Azul” chega aos cinemas como mais do que um filme — é um reflexo do novo momento do cinema nacional, que tem explorado com coragem temas sociais, identidade cultural e novas estéticas. Como disse Mascaro: “Fazer cinema brasileiro é querer mostrar nossa história para o próprio Brasil”.

Neste caso, o recado é claro: nunca é tarde demais para sonhar, resistir — e viver.




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