Banco do Brasil pede ação da AGU contra fake news de bolsonaristas
Instituição alerta que publicações falsas podem gerar corrida bancária e prejudicar a economia

O Banco do Brasil acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) após identificar uma série de postagens falsas nas redes sociais que, segundo a instituição, têm o objetivo de incitar pânico entre correntistas e estimular saques em massa. Entre os conteúdos denunciados está um vídeo publicado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), no dia 20, em que ele afirma que o banco seria cortado das relações internacionais e levado à falência. O parlamentar, procurado, não se manifestou. As informações são de reportagem do Estadão.
De acordo com ofício enviado pelo BB à AGU, a onda de desinformação começou no dia 19 e se intensificou com publicações feitas no X, Instagram, Threads e Youtube. Além de Eduardo Bolsonaro, foram citados outros autores, como o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) e um advogado.
A presidente do banco, Tarciana Medeiros, já havia manifestado preocupação com o tema em evento realizado na última semana, sem citar nomes. No documento, o BB classifica as postagens como “inverídicas e maliciosas” e afirma que os ataques configuram risco para a economia nacional.
O banco alerta que esse tipo de conteúdo pode caracterizar crimes contra o Estado Democrático de Direito, contra a soberania nacional e contra o Sistema Financeiro, além de envolver difamação e violação de sigilo bancário. Por isso, pede que a AGU avalie a adoção de medidas judiciais para conter a disseminação de notícias falsas.
A polêmica surgiu após a aplicação da chamada Lei Magnitsky. Na semana passada, o BB cancelou o cartão internacional de bandeira Mastercard do ministro Alexandre de Moraes, substituído por um cartão Elo, administrado pelo próprio banco em conjunto com a Caixa e o Bradesco.
Segundo o ofício, interpretações falsas sobre a lei vêm sendo divulgadas por influenciadores e políticos, gerando confusão entre clientes. “Esse raciocínio enviesado pode fomentar uma corrida bancária, sem qualquer conhecimento de causa, e cria risco à economia nacional”, alerta o texto.
O Estadão apurou que, em razão da campanha, clientes já procuraram o banco pedindo esclarecimentos por receio de sanções internacionais. Neste sábado (23), os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) responsabilizaram bolsonaristas pela disseminação das publicações falsas.
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