Lula quer Alckmin como vice em 2026 e já admite eleição sem apoio do Centrão, diz jornal
Presidente articula alianças com setores de partidos e avalia repetir a chapa com Geraldo Alckmin; movimentações foram discutidas em reunião com aliados no Palácio da Alvorada

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende manter Geraldo Alckmin (PSB) como vice em sua chapa à reeleição em 2026. A informação foi publicada pelo jornal Estadão, que aponta ainda que Lula já trabalha com a possibilidade de não contar com o apoio formal do Centrão, mas tenta atrair setores específicos de partidos que integram o bloco.
As articulações eleitorais foram discutidas em um almoço nesta quarta-feira (23/07), no Palácio da Alvorada, com a presença do prefeito do Recife, João Campos (PSB), dos ministros Márcio França (Empreendedorismo), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), e do próprio Alckmin.
Ganhando protagonismo no governo federal, Alckmin tem coordenado o comitê interministerial que tenta conter os impactos da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A sobretaxa, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, ainda não teve resposta oficial da Casa Branca. Mesmo assim, o governo prepara um plano de contingência com crédito para os setores atingidos.
Desde 2023, Lula estreitou a relação com Alckmin, antes adversário político. Hoje, o vice é visto como um parceiro confiável e tem o apoio do presidente para repetir a dobradinha nas urnas. Nos bastidores, interlocutores afirmam que, caso a composição precise mudar por razões políticas de última hora, o petista poderá rever a indicação.
No encontro com João Campos — que também preside o PSB — também foram tratadas alianças estaduais em São Paulo, Pernambuco, Maranhão e Paraíba. O PT deverá apoiar Campos ao governo de Pernambuco. Já em São Paulo, sem nome forte na disputa, a legenda considera apoiar Márcio França, que deixará o ministério no ano que vem.
Lula também precisa de palanque competitivo no maior colégio eleitoral do país. Enquanto isso, o atual governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é apontado como provável candidato à reeleição. Caso não concorra à Presidência, parte da direita pode migrar o apoio ao governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), nome bem avaliado no Estado e com apelo popular herdado do pai, o apresentador Ratinho.
Embora o nome de Alckmin tenha sido cogitado para disputar novamente o governo paulista, ele já teria descartado a possibilidade. Se não for vice de Lula, outra alternativa seria uma candidatura ao Senado.
O MDB, por sua vez, segue dividido. Parte da legenda apoia Lula, enquanto outra ala prefere uma candidatura de direita ou o lançamento de um nome próprio. Um dos nomes sugeridos para a vice-presidência foi o do ministro dos Transportes, Renan Filho, que deve tentar retornar ao governo de Alagoas.
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