Braskem estuda usar novas matérias-primas no Polo Petroquímico de Triunfo
Meta é reduzir a dependência da nafta, considerada uma matéria-prima estruturalmente menos competitiva

A Braskem, principal companhia do Polo Petroquímico de Triunfo, na Região Carbonífera, está avaliando o uso de novas matérias-primas mais competitivas que a tradicional nafta. A empresa estuda a adoção de etano líquido e propano como alternativas, que seriam transportados até o terminal Santa Clara, em Triunfo, por via fluvial através da Lagoa dos Patos, Guaíba e rio Jacuí.
Segundo o presidente da Braskem, Roberto Ramos, a meta é reduzir a dependência da nafta, considerada uma matéria-prima estruturalmente menos competitiva. Embora as plantas brasileiras da companhia tenham sido originalmente projetadas para operar com nafta, Ramos destaca que a empresa já conseguiu misturar esse insumo com etano líquido, diminuindo sua participação no processo produtivo.
O diretor financeiro (CFO) da Braskem, Felipe Jens, informou que a diferença de custo entre a nafta e o etano gira atualmente entre US$ 350 e US$ 370 por tonelada, podendo ser ainda maior em certos momentos. Para o Rio Grande do Sul, duas alternativas estão sendo analisadas: o uso direto de etano ou a substituição total da nafta por propano em fornos que pertenciam à antiga Copesul — estrutura que a Braskem incorporou.
O propano, segundo Ramos, poderia ser fornecido pela Petrobras ou importado da Argentina, especialmente da jazida de Vaca Muerta. O transporte exigiria a implantação de uma logística específica, com a possibilidade de aquisição de navios de fundo chato adaptados para navegação segura na Lagoa dos Patos.
As declarações foram feitas durante a divulgação dos resultados financeiros do primeiro trimestre de 2025, quando a Braskem registrou lucro líquido de R$ 698 milhões — revertendo o prejuízo de R$ 1,35 bilhão no mesmo período de 2024. Apesar do avanço do projeto, ainda não foram divulgados custos nem prazos para sua implementação.
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