Lula pede cassação de Eduardo Bolsonaro, lança novo slogan em defesa da soberania e rebate Trump
‘Do lado do povo brasileiro’: reunião ministerial marca ofensiva política do governo diante de tarifas dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou a segunda reunião ministerial de 2025, realizada nesta terça-feira (26) em Brasília, para reforçar a defesa da soberania nacional, criticar medidas do governo dos Estados Unidos e anunciar mudanças na comunicação oficial do Planalto.
Durante o encontro, Lula voltou a criticar a política tarifária do presidente Donald Trump, que recentemente elevou em até 50% as taxas sobre parte das exportações brasileiras. O presidente afirmou que o Brasil não aceitará “desaforo, ofensas e petulância de ninguém”, mas destacou que o governo segue disposto a negociar em condições de igualdade.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, apresentou números que mostram o impacto das tarifas: 35,6% das exportações brasileiras aos EUA já estão submetidas à alíquota de 50%. Para amenizar os efeitos do tarifaço, o governo lançou o Plano Brasil Soberano, que prevê R$ 30 bilhões em crédito a exportadores, além de medidas de apoio a setores estratégicos.
Críticas a Eduardo Bolsonaro
No mesmo encontro, Lula defendeu que o Congresso Nacional discuta a cassação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde março. O parlamentar, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, é acusado de articular com autoridades norte-americanas a aplicação de sanções contra o Brasil. Para Lula, trata-se de “uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus”.
Na semana passada, Eduardo e o ex-presidente Jair Bolsonaro foram indiciados pela Polícia Federal por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Regulação das big techs
Outro ponto de destaque foi a defesa da regulação das grandes empresas de tecnologia norte-americanas. Lula afirmou que as chamadas big techs são “patrimônio americano, não nosso” e que, para operar no Brasil, precisam respeitar a Constituição e a legislação nacionais.
A declaração ocorreu após Donald Trump ter ameaçado aumentar tarifas contra países que criarem regras específicas para as empresas do setor. No Brasil, o tema está em debate no Congresso e no Supremo Tribunal Federal, que recentemente decidiu que plataformas podem ser responsabilizadas por conteúdos criminosos publicados por usuários.
Novo slogan do governo
O encontro também marcou a apresentação do novo slogan oficial do governo: “Do lado do povo brasileiro”, que substituirá “União e Reconstrução”. Segundo o Planalto, a mudança simboliza a transição para uma fase voltada à defesa da soberania, da justiça social e da proteção à população.
Durante a reunião, Lula e os ministros usaram bonés com a frase “O Brasil é dos brasileiros”, reforçando o tom nacionalista do discurso presidencial diante das pressões externas e da conjuntura política interna.
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