Fraudes com Pix: ferramenta MED pode ajudar vítimas a recuperar valores
Banco Central registrou mais de 2 milhões de pedidos de devolução no primeiro semestre de 2025

Entre janeiro e junho deste ano, o Banco Central recebeu mais de 2 milhões de solicitações de devolução de valores transferidos por Pix em situações de fraude. Os pedidos são realizados por meio do Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado para rastrear operações e tentar reverter transações suspeitas.
O número de pedidos cresceu em relação a anos anteriores. Em 2022, primeiro ano de funcionamento do MED, foram cerca de 1,5 milhão de registros. Apenas no primeiro semestre de 2025, o volume já supera em quase 30% o total daquele período inicial.
Nos seis primeiros meses deste ano, 38% das solicitações foram aceitas de forma total ou parcial, ou seja, reconhecidas como fraude. No entanto, a devolução do dinheiro depende da existência de saldo na conta do recebedor, o que nem sempre ocorre.
O prazo oficial para solicitar a contestação é de até 80 dias após a transação. Ainda assim, quanto mais rápida for a comunicação com a instituição financeira, maiores são as chances de bloqueio e eventual devolução.
Segundo o Banco Central, a média de fraudes comunicadas no primeiro semestre foi de seis a cada 100 mil transações, índice semelhante ao de anos anteriores. Em 2022, a taxa foi de sete, em 2023 caiu para seis e, em 2024, subiu para oito.
Uma das principais dificuldades no ressarcimento é a pulverização dos valores, prática em que criminosos transferem rapidamente o dinheiro para várias contas, muitas vezes abertas em nome de terceiros. Para tentar reduzir esse problema, o Banco Central prevê lançar em 2026 o MED 2.0, versão que permitirá ampliar bloqueios não apenas na primeira conta de destino, mas também em movimentações subsequentes.
Como funciona o MED
A vítima deve acionar seu banco assim que identificar a fraude.
A instituição financeira entra em contato com o banco do recebedor para realizar o bloqueio.
Se o pedido for considerado improcedente, os valores são liberados ao recebedor.
Se a fraude for confirmada, o valor é estornado, desde que haja saldo disponível.
O pedido deve ser feito em até 80 dias após a transação, e o banco do recebedor tem até quatro dias para devolver os recursos após a confirmação.
O Banco Central afirma que o Pix é uma infraestrutura pública essencial para a economia e que a segurança é um dos seus pilares. Entre as medidas adotadas, estão regras de autenticação, rastreabilidade, tráfego seguro de informações e responsabilização das instituições financeiras por falhas nos mecanismos de prevenção a fraudes.
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