Um novo levantamento da Genial/Quaest, divulgado nesta
segunda-feira (25), aponta que a maioria dos brasileiros considera justa a
prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e também acredita que
ele teve participação em uma tentativa de golpe de Estado.

Segundo a pesquisa, 55% dos entrevistados concordam com a
decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que
determinou a prisão domiciliar no último dia 4 de agosto. Outros 39% avaliam a
medida como injusta, e 6% não souberam ou não responderam.

A decisão foi tomada após Bolsonaro descumprir medidas
cautelares impostas em julho, como o uso de tornozeleira eletrônica, restrições
de comunicação e proibição de participação em atos políticos. No dia 3 de
agosto, ele fez uma chamada de vídeo transmitida em manifestações contra o STF
e a favor da anistia.

A pesquisa Quaest ouviu 2.004 pessoas entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Intenção de provocar Moraes

O levantamento também questionou os brasileiros sobre o
episódio da chamada de vídeo. Para 57% dos entrevistados, Bolsonaro “quis
provocar Alexandre de Moraes e agiu de propósito”. Outros 30% acreditam que ele
“não compreendeu bem as regras impostas” e 13% não opinaram.

A percepção de provocação é maior no Nordeste (60%), entre mulheres
(59%) e entre os mais jovens, de 16 a 34 anos (59%). Já no Sul, uma parcela
maior (38%) atribuiu o ato a um erro de interpretação das restrições.

Participação em tentativa de golpe

Quando perguntados se Bolsonaro participou de um plano de
tentativa de golpe, 52% responderam “sim”, contra 36% que disseram “não”.
Outros 10% não souberam responder e 2% afirmaram não acreditar que houve
tentativa de golpe.

O percentual de entrevistados que acreditam na participação
do ex-presidente cresceu cinco pontos desde dezembro de 2024 e três em relação
a março deste ano. A alta foi puxada principalmente pelo Sudeste, onde a
percepção subiu para 52%, e pelo Nordeste, que chegou a 62%. Já no Sul, a maioria ainda isenta Bolsonaro (46%). Entre os
mais velhos, de 60 anos ou mais, o índice dos que acreditam em sua participação
subiu de 46% para 56%.

Divisões políticas e religiosas

O levantamento mostra forte polarização entre os eleitores.
Entre bolsonaristas, 87% consideram injusta a prisão domiciliar, contra 12%. Já
entre eleitores que não se identificam com Lula nem Bolsonaro, 62% acreditam
que o ex-presidente agiu de propósito ao participar da chamada de vídeo.

Na análise por religião, católicos tendem a apontar maior
participação de Bolsonaro na trama (50%), enquanto entre os evangélicos cresceu
o número dos que o consideram inocente (54%).