O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), foi afastado do cargo nesta quarta-feira (3/09) em decorrência de uma operação da Polícia Federal que investiga o desvio de emendas parlamentares destinadas à compra de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19.

De acordo com a PF, os recursos — estimados em R$ 73 milhões — teriam sido desviados por meio de fraudes na aquisição de alimentos e utilizados para a compra de imóveis de luxo, gado e despesas pessoais.

A ação, autorizada pelo ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), cumpriu 51 mandados de busca e apreensão com o apoio de mais de 200 policiais. Esta é a segunda fase da operação Fames-19.

Em agosto de 2024, Barbosa já havia sido alvo de mandados de busca. Em março deste ano, seu sobrinho, Thiago Barbosa de Carvalho, também foi investigado em outra apuração da PF, que analisava possível vazamento de informações sigilosas de operações ligadas ao STJ, entre elas a própria Fames-19. Documentos mostram que a Polícia encontrou arquivos relacionados às investigações em um computador de uso de Thiago.

O Tocantins vem enfrentando sucessivos episódios de instabilidade política. Wanderlei Barbosa, eleito vice em 2018, assumiu o governo interinamente em 2021 após o afastamento de Mauro Carlesse pelo STJ, e em março de 2022 foi empossado de forma definitiva. Antes dele, Carlesse também chegou ao cargo após a cassação do então governador Marcelo Miranda (MDB) e de sua vice pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Até o momento, a assessoria de Wanderlei Barbosa não se manifestou sobre o afastamento.