Identificada mulher encontrada esquartejada em mala na rodoviária de Porto Alegre
Companheiro é o principal suspeito e já havia sido condenado por assassinar a própria mãe, há dez anos

Foi identificada como Brasília Costa, de 65 anos, a mulher vítima de esquartejamento cujo tronco foi encontrado em uma mala na Estação Rodoviária de Porto Alegre. A confirmação foi feita nesta sexta-feira (5/09) pela Polícia Civil. Natural de Arroio Grande, Brasília trabalhava como manicure e era irmã de um sargento da Brigada Militar em Jaguarão.
A investigação aponta que o crime foi cometido pelo companheiro da vítima, Ricardo Jardim, de 66 anos, preso na quinta-feira (4/09) em uma pousada no bairro São João, na Zona Norte da Capital. O publicitário já havia sido condenado a 28 anos de prisão pelo assassinato da própria mãe, em 2015, e estava foragido desde abril de 2024.
O caso
Brasília mantinha relacionamento com Jardim havia seis meses. Segundo a Polícia Civil, ele era sustentado financeiramente pela vítima e, após o crime, utilizou o celular dela para enviar mensagens aos familiares, evitando que o desaparecimento fosse registrado. Também realizou saques com os cartões bancários dela.
O tronco encontrado na rodoviária, em 20 de agosto, foi identificado pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) como sendo da mesma pessoa cujos braços e pernas haviam sido localizados em 13 de agosto, no bairro Santo Antônio. Os exames confirmaram a identidade da vítima e detectaram vestígios de DNA do suspeito tanto na mala quanto nos restos mortais.
A prisão e a investigação
Câmeras de segurança registraram o momento em que Ricardo deixou a mala no guarda-volumes, disfarçado com boné, máscara e luvas. Após rastrear a rota do suspeito e coletar depoimentos, os policiais chegaram até a pousada onde ele estava escondido. No local, foram encontrados pertences da vítima, incluindo o celular.
A polícia busca ainda o crânio da vítima, uma vez que os dedos foram decepados, impedindo a identificação pelas digitais. A investigação trabalha com a hipótese de motivação financeira e apura se houve participação de terceiros, já que os cortes no corpo apresentam precisão técnica.
Reincidência
Em 2015, Ricardo matou a mãe, Vilma Jardim, com 13 facadas e ocultou o corpo concretando-o dentro de um armário. O crime teria sido motivado por herança de um seguro de vida. Condenado em 2018, ele chegou a cumprir parte da pena em regime fechado, mas progrediu para o semiaberto antes de se tornar foragido.
A Polícia Civil trata o caso como um dos mais graves dos últimos anos em Porto Alegre, destacando a brutalidade do crime e a reincidência do suspeito.
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