Dia do Irmão reforça importância dos vínculos afetivos e dá orientações para pais
Data é celebrada em 5 de setembro e remete à memória de Madre Teresa de Calcutá, inspirando reflexões sobre fraternidade e convivência familiar

O “Dia do Irmão”, celebrado em 5 de setembro, é uma data que convida à reflexão sobre os laços fraternos e sua relevância para o desenvolvimento humano. A escolha do dia está associada à morte de Madre Teresa de Calcutá, em 1997, cuja trajetória de solidariedade e acolhimento inspirou a homenagem.
Mais do que publicações nas redes sociais, a data destaca a importância do vínculo entre irmãos, que mescla afeto, cumplicidade, disputa por atenção e momentos de conflito. Especialistas apontam que essas experiências são decisivas para a formação socioemocional desde a infância.
Segundo a coordenadora pedagógica Beatriz Martins, a convivência entre irmãos funciona como um espaço de aprendizado constante:
— Muitas vezes o irmão é o primeiro indivíduo com quem a criança testa limites e aprende a considerar o ponto de vista do outro.
Ela observa que, no caso de gêmeos, a escola deve estar atenta para favorecer a identidade individual de cada um, sugerindo até mesmo turmas separadas quando necessário.
Brigas e disputas: quando são saudáveis e quando preocupam
Conflitos fazem parte da rotina fraterna e podem estimular a negociação, a empatia e o desenvolvimento da autonomia. No entanto, a competição deixa de ser saudável quando há padrões de agressividade, isolamento ou constrangimento recorrente.
Para a coordenadora pedagógica Jacqueline de Freitas Cappellano, é preciso que pais e responsáveis observem a intensidade e a frequência dos atritos:
— O alerta surge quando o conflito se transforma em violência física ou verbal persistente, ou quando mascara tensões mais profundas no ambiente familiar.
Nesses casos, especialistas orientam o fortalecimento do diálogo, a criação de rotinas seguras e, quando necessário, o apoio de profissionais especializados.
Orientações para os pais
Tratar os filhos de forma justa não significa tratá-los de forma idêntica. A coordenadora Renata Alonso destaca que a equidade está em oferecer cuidados conforme as necessidades de cada criança, sem comparações diretas que reforcem rivalidades.
— Transparência e consistência são chaves: quando a criança entende o porquê das escolhas, a sensação de desigualdade diminui, afirma Renata.
Ela recomenda práticas simples, como dedicar momentos individuais a cada filho, criar combinados familiares e usar uma linguagem que valorize comportamentos em vez de rotular a criança.
E quando há filho único?
A ausência de irmãos não implica falta de aprendizado socioemocional. De acordo com a diretora Luciane Moura, o desenvolvimento depende do modo como os pais ensinam limites, responsabilidades e convivência social.
— É comum rotular o filho único como mimado, mas isso é um equívoco. A qualidade das relações e a forma como os pais conduzem a educação têm mais peso do que o número de irmãos, explica.
Ela sugere ampliar a rede de convivência da criança com primos, amigos e atividades coletivas, além de introduzir responsabilidades e pequenas frustrações de forma controlada.
Para famílias que optam por não ter outros filhos, Luciane recomenda que a decisão seja explicada com clareza e respeito, validando os sentimentos da criança ao longo do tempo.
O “Dia do Irmão” serve, assim, como lembrança de que os vínculos afetivos — sejam entre irmãos, primos, amigos ou colegas — são parte essencial da formação humana e da construção de relações mais saudáveis ao longo da vida.
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