Às vésperas da abertura da Expointer, o governo federal apresentou uma proposta intermediária para renegociar as dívidas dos produtores rurais do Rio Grande do Sul, que já ultrapassam R$ 70 bilhões. A informação foi divulgada pelo jornal Zero Hora.

Segundo a publicação, a proposta foi discutida com representantes de entidades do setor, entre eles o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva. Ele se reuniu com o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do Banco do Brasil, Gilson Alceu Bittencourt, e com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello.

O modelo prevê a prorrogação das dívidas por sete anos, com carência de um ano. As taxas de juros seriam diferenciadas conforme o porte do produtor: 6% ao ano para pequenos, 8% para médios e 10% para grandes. O limite total para renegociações seria de R$ 10 bilhões.

Para Joel, os juros propostos são atrativos, mas o montante é considerado insuficiente diante do tamanho do passivo. Mesmo assim, ele acredita que há espaço para ajustes no prazo de pagamento. Bancos avaliam que a proposta é viável e deve ser aceita, diante da dificuldade de análise de crédito no cenário atual.

O governo federal, por outro lado, mantém posição contrária ao projeto de securitização das dívidas — alternativa defendida por parte do setor, mas que demandaria maior volume de recursos. O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, já descartou a ideia em entrevistas à Rádio Gaúcha.

Enquanto produtores aguardam avanços, o aperto financeiro se reflete na Expointer. A subsecretária do Parque Assis Brasil, Betty Cirne Lima, afirmou que a expectativa é repetir os R$ 8,1 bilhões em negócios registrados no ano passado.

Caso a proposta de renegociação avance nos próximos dias, há possibilidade de o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, participar da feira em Esteio no final da próxima semana.