Reforma Administrativa propõe fim das férias de 60 dias e limite ao home office para servidores públicos
Entre outras, texto do relator traz novas regras para progressão, salários, contratação temporária, teto para salários e número de secretarias municipais

O deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), relator da Reforma Administrativa, deve apresentar nos próximos dias a versão final do texto que altera as regras da gestão pública no país. A proposta tem como foco a eficiência do serviço público e a contenção de gastos, e deve ser votada no plenário da Câmara dos Deputados ainda em setembro.
Entre as medidas previstas estão o fim das férias de 60 dias — atualmente previstas para algumas categorias, como magistrados e membros do Ministério Público — e o endurecimento das regras para concessões salariais, bônus e gratificações.
A proposta busca alinhar a remuneração dos servidores ao desempenho, estabelecer critérios mais claros para contratação temporária e reduzir privilégios que oneram os cofres públicos.
Principais propostas da Reforma Administrativa
Fim das férias de 60 dias:
- Todos os servidores passarão a ter direito apenas a 30 dias anuais de férias.
Avaliações de desempenho obrigatórias:
- Promoções e progressões na carreira dependerão de desempenho comprovado em avaliações periódicas.
14º salário condicionado a metas:
- Pagamento extra dependerá do cumprimento de metas previamente estabelecidas.
Bônus por resultado:
- Servidores poderão receber bônus com base no desempenho e metas alcançadas.
Controle sobre verbas indenizatórias:
- Restrição aos chamados “penduricalhos” salariais que ultrapassam o teto constitucional.
Limite ao trabalho remoto:
- Regra geral permitirá home office apenas um dia por semana.
Contratos temporários com regras mais rígidas:
- Duração máxima de 5 anos e quarentena de 12 meses antes de nova contratação.
Teto para número de secretarias municipais:
- Aplicável a municípios que dependem mais de 50% de repasses da União.
Limite de salário para secretários municipais:
- Não poderá ultrapassar 20% da remuneração do governador do estado.
Criação de identidade única para servidores públicos.
Atos administrativos digitais e rastreáveis:
- Para garantir mais transparência e controle sobre decisões públicas.
Fortalecimento do Concurso Nacional Unificado:
- Passará a incluir também vagas em estados e municípios.
Segundo o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a proposta não visa penalizar os servidores ativos, mas sim criar um novo padrão de eficiência e profissionalização no setor público.
O deputado Pedro Paulo busca construir um acordo amplo entre as bancadas para acelerar a tramitação do texto e evitar que a proposta seja diluída em comissões. A estratégia é levar o projeto direto ao plenário.
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