MP Eleitoral pede suspensão dos direitos políticos de Nikolas Ferreira
Deputado é acusado de espalhar conteúdo difamatório contra o então prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, durante as eleições municipais

O Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais ingressou com uma ação na Justiça pedindo a suspensão dos direitos políticos do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e do deputado estadual Bruno Engler (PL-MG). Ambos são acusados de promover uma campanha de desinformação contra o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), durante o segundo turno das eleições municipais de 2024.
Segundo o MP Eleitoral, os parlamentares publicaram e disseminaram vídeos nas redes sociais com ataques pessoais a Noman, utilizando de forma descontextualizada trechos do livro Cobiça, escrito por ele em 2020. As publicações sugeriam falsamente que a obra continha apologia a crimes e cenas reais de violência contra crianças. Para o Ministério Público, o conteúdo foi manipulado com a intenção de difamar o então candidato à reeleição e interferir de forma indevida no resultado do pleito.
Além de Nikolas e Engler, também são alvos da ação a deputada estadual Delegada Sheila (PL-MG) e a coronel reformada Cláudia Romualdo, que foi candidata a vice na chapa de Engler. Todos são acusados de violar normas eleitorais por propaganda irregular e por desrespeitar determinações judiciais.
Durante o processo eleitoral, a Justiça já havia determinado a retirada dos vídeos do ar e concedido direito de resposta à campanha de Fuad Noman. Apesar disso, os parlamentares continuaram compartilhando o conteúdo ou publicando novas versões dos ataques, inclusive com críticas ao próprio Judiciário.
A promotoria pede, além da suspensão dos direitos políticos dos envolvidos, o pagamento de indenização por danos morais coletivos. O valor da multa, segundo o pedido, deverá ser destinado a instituições de caridade a serem indicadas pela família de Noman, que faleceu em março de 2025.
O Ministério Público sustenta que os parlamentares agiram de forma deliberada, persistente e coordenada, mesmo após decisões judiciais que determinaram a retirada do conteúdo, o que agravaria a gravidade das condutas.
Até o momento, os parlamentares citados ainda não se manifestaram publicamente sobre a ação. O caso segue em tramitação na Justiça Eleitoral de Minas Gerais.
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