O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta segunda-feira (14), em entrevista à Coluna do Estadão, que participou de articulações com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em defesa de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, o apoio obtido seria resultado de uma negociação sem apoio oficial ou recursos, e teria sido decisivo para tentar evitar a condenação do ex-mandatário no Brasil.

— Muito, modéstia à parte, o que a gente fez foi quase um milagre. Sem escritório de lobby, sem dinheiro, sem apoio partidário, e conseguimos colocar na mesa o único fator que está permitindo sonhar com Bolsonaro não condenado, com Bolsonaro na corrida presidencial — declarou Eduardo.

Eduardo Bolsonaro está licenciado do mandato desde março, quando se mudou para os Estados Unidos. Segundo afirmou à época, o objetivo era atuar contra o que chamou de ameaças à liberdade de expressão no Brasil. A licença termina no próximo domingo, dia 20, e o deputado confirmou que não pedirá prorrogação, abrindo mão do cargo.

A fala de Eduardo ocorre após o anúncio feito por Trump, no último dia 9, de novas tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A medida foi justificada pelo presidente norte-americano como uma resposta ao tratamento dado por autoridades brasileiras a Bolsonaro e a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contra empresas de tecnologia dos EUA.

— O modo como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado no mundo, é uma desgraça internacional — escreveu Trump nas redes sociais. — Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma caça às bruxas que deve terminar imediatamente!

Com a decisão de não retornar à Câmara, Eduardo Bolsonaro deve permanecer nos Estados Unidos e seguir atuando politicamente a partir do exterior, mesmo sem mandato parlamentar.