Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (16/07) pela Genial/Quaest revela que 72% dos brasileiros discordam das justificativas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, sob o argumento de que o Brasil estaria perseguindo judicialmente o ex-presidente Jair Bolsonaro. Apenas 19% avaliam que Trump está certo.

Além disso, 57% dos entrevistados acreditam que o presidente norte-americano não tem o direito de criticar o processo judicial de Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto 36% veem a crítica como legítima. Quando questionados sobre a declaração de Trump de que a relação comercial entre os dois países é injusta, 63% discordam da afirmação, e apenas 25% concordam.

Efeitos econômicos e apoio à retaliação

A percepção de que o tarifaço afeta diretamente a economia brasileira também é ampla: 79% dos entrevistados afirmam que a medida terá impacto negativo em suas vidas, especialmente no bolso do consumidor. Em resposta, 53% apoiam a estratégia do governo Lula de aplicar medidas equivalentes contra os EUA, enquanto 39% são contrários à retaliação.

Apesar do apoio majoritário à reação do governo brasileiro, 55% dos entrevistados consideram que Lula provocou Trump ao criticá-lo durante a reunião dos BRICS, em 7 de julho. Para 31%, não houve provocação.

Sobre os motivos que levaram Trump a aplicar a tarifa, 26% atribuem a decisão ao discurso de Lula, 22% às ações do STF contra Bolsonaro, 17% à influência do ex-deputado Eduardo Bolsonaro nos EUA e 10% às medidas brasileiras contra as big techs norte-americanas.

Polarização influencia opiniões

A percepção de responsabilidade varia conforme a posição política do entrevistado: entre bolsonaristas, 44% culpam Lula, enquanto entre petistas e pessoas mais à esquerda, a culpa recai sobre Bolsonaro e seu filho Eduardo.

Quando perguntados sobre qual dos lados está mais certo no conflito, 44% apontam Lula e o PT, 29% escolhem Bolsonaro e seus aliados, e 15% afirmam que nenhum dos dois está agindo corretamente.

A pesquisa ouviu 2.004 pessoas em 120 municípios brasileiros, entre os dias 10 e 14 de julho de 2025. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com 95% de nível de confiança.