Metalog investe em complexo logístico em Charqueadas
A empresa, que utiliza as estruturas da Metasa, já recebeu as primeiras cargas para armazenar e busca parcerias para ova, desova e estocagem de contêineres

Marcos Essvein
Recentemente, o estado do Rio Grande do Sul e a cidade de
Charqueadas ganharam um complexo logístico, com armazéns, porto seco e molhado:
a Metalog Complexo Logístico – Porto Privado de Charqueadas. O projeto foi
desenvolvido por meio de uma parceria entre as empresas Metasa e Muksinos e o
empresário Arildo Lermen e vai aproveitar a área portuária da Metasa, única
empresa que ainda opera no Polo Naval do Jacuí.
De acordo com o empresário João Mateus Nunes dos Santos, que atua há 22 anos no
setor de logística e é proprietário da Muksinos, a ideia é reanimar o polo
industrial de Charqueadas, que sofreu com a crise. Segundo ele, isso vai trazer
benefícios para todas as empresas que queiram enviar cargas para o Porto de Rio
Grande ou outros lugares do país e até do mundo.
Segundo Santos, o investimento no transporte fluvial pelo Rio Jacuí prevê saídas
semanais de uma balsa com capacidade para 5 mil toneladas. Além da madeira,
contêineres, cargas secas e de grande porte, a armazenagem, movimentação e
distribuição também serão o carro-chefe da nova empresa.
Santos revela que a Metalog já recebeu as primeiras cargas para armazenar e já
está buscando outras parcerias para ova, desova e estocagem de contêineres
vazios.
- Precisamos fazer a região ser comercial, que as prefeituras nos peguem pelas
mãos e abram as portas de grandes empresas e nos ajudem a fomentar negócios
para o Porto Privado de Charqueadas. O Estado do Rio Grande do Sul deveria ser
assim, mas creio que obrigatoriamente deverá mudar a visão. Porém, notei a
região muito politizada e isto irá facilitar muito a nossa chegada – disse Santos.
Ele complementa que é preciso armazenar, movimentar, transportar, escoar e
receber cargas no Porto Privado de Charqueadas para que o emprego e a geração
de renda surjam como consequência.
- Faço este apelo que as pessoas usem o seu relacionamento para viabilizarmos o
projeto – disse o empresário, que conversou com o Portal de Notícias sobre o
novo empreendimento e as expectativas para a região. Confira:
ENTREVISTA
João Mateus Nunes dos Santos - sócio na Metalog
- Quem são os parceiros do projeto na
região Carbonífera?
Temos recebido apoio da Prefeitura (de Charqueadas) e estamos em busca de
contatos de empresas da região, para que a viabilidade do projeto seja rápida e
sólida.
- Como surgiu o projeto e o que motivou
o investimento na região de Charqueadas?
O projeto surgiu com uma ida minha até a Metasa, em
Charqueadas, para vistoriar grandes cargas que estavam fabricando e uma das
minhas empresas, a Muksinos, iria transportar. Olhando tudo aquilo praticamente
parado, tive o insight que aquela área poderia ser um porto seco e molhado, um
grande complexo logístico. Fui atrás de encontrar o empresário Antônio Roso,
por saber que era o proprietário da Metasa. Neste meio tempo, Arildo Lermen, um
amigo que não via há anos, apareceu na minha empresa. Comentei sobre o projeto
e, por coincidência divina, o mesmo era sócio do Antonio Roso em outros
projetos. Ele fez a aproximação e saiu a Metalog.
- É possível revelar de quanto será o
investimento e quantos empregos diretos e indiretos a Metalog vai gerar na
região?
Nesta informação específica temos muito cuidado ao responder. Investimento é
o já existente, porque o que tem lá já supre a demanda para armazenagem,
complexo logístico e porto. Quem sabe alguns guindaste e empilhadeiras sejam
necessários, os demais a Metasa já tinha e cedeu para a Metalog desenvolver seu
projeto, e cumprir como Metasa o seu objetivo na região, além de tentar reduzir
o prejuízo que teve até os dias de hoje e, por seriedade e compromisso, se
manteve.
Acho muito cedo falar em empregos gerados, e falei inclusive ao prefeito Simon
Heberle que teremos muito pé no chão ao informar ou criar expectativas. Queremos
primeiro viabilizar o projeto e levar empresas para movimentar, fazer acontecer,
e o resto é consequência. Por isto fiz e faço o apelo para que as grandes
empresas da região ao menos nos recebam para ouvir a nossa ideia e nos apoiem
colocando parte da sua logística com a Metalog. E tenham a mesma mentalidade de
aquecer a região.
- Quando a Metalog entra em
funcionamento e qual a expectativa (mensal ou anual) de movimentação de cargas
quando estiver em plena operação?
A Metalog já iniciou suas operações através da Muksinos. Nosso CNPJ como
Metalog deve estar saindo nos próximos 20 dias. A expectativa é movimentar, no
mínimo, 20 mil toneladas mês.
- Como está a receptividade das empresas
da região, ou de outras regiões, e quais são os primeiros clientes?
A primeira empresa a nos receber foi a Gerdau e começaremos um bate-papo nesta sexta,
dia 23. Queremos muito negociar com a GKN e CMPC, que tem um grande volume e as
toras de madeira acelerariam muito o empreendimento pelo grande volume.
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