O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social, foi designado pelo governo Lula para coordenar a atuação dos parlamentares governistas na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. Em entrevista ao site InfoMoney, o parlamentar afirmou que os agentes públicos envolvidos nas fraudes descobertas no órgão são ligados ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo Pimenta, as mudanças nas regras de descontos do INSS, promovidas no fim de 2022, durante a gestão Bolsonaro, fragilizaram os mecanismos de fiscalização e abriram caminho para irregularidades. Entre as alterações, ele citou o fim da necessidade de autorização para renovação de descontos. 

— As principais mudanças foram tornando mais permissível e vulnerável o sistema de controle. O impacto maior veio a partir de 2023 — declarou.

O deputado defendeu que a CPMI tem como foco identificar os responsáveis pelas alterações e rastrear o destino dos valores desviados. Ele ressaltou ainda que, apesar de a comissão ter começado com maioria da oposição na presidência e na relatoria, os governistas conseguiram indicar o deputado Duarte Júnior (PSB-MA) para a vice-presidência.

Durante a entrevista, Pimenta afirmou não ver problema em que qualquer pessoa seja convocada para depor, desde que isso tenha relação direta com as investigações. Ele disse que a CPMI não pode ser utilizada para “lacração” ou desvio de foco. Questionado sobre a possibilidade de convocar o ex-presidente Jair Bolsonaro, respondeu que isso dependerá da evolução dos trabalhos e da existência de indícios de participação direta no esquema.

Para o parlamentar, a CPMI deve ser positiva para o governo Lula, já que, segundo ele, as medidas efetivas de combate às fraudes foram adotadas pela atual gestão.

— “Até agora a oposição vendia uma narrativa. A partir dos depoimentos, ficará claro que as mudanças que fragilizaram o sistema foram feitas no governo anterior, enquanto foi o governo Lula que tomou medidas para encerrar o esquema — disse.