‘É muito difícil reverter uma invasão biológica’, diz Ibama sobre aumento de piranhas no Jacuí
Especialista diz é provável que a população tenha que se acostumar com a presença dos animais no ecossistema

A presença de piranhas-vermelhas no Rio Jacuí está assustando pescadores do Rio Grande do Sul. De acordo com Maurício Vieira de Souza, analista ambiental do Ibama Estado, a espécie palometa é invasora e o resultado dessa interação com os peixes nativos é imprevisível.
- Estamos enfrentando problemas de invasão biológica da palometa, que é uma espécie nativa da bacia do rio Uruguai. Essa invasão tem trazido preocupação para comunidade de pescadores da região, mas ainda não se sabe a extensão do problema – disse ao Canal Rural.
Para fazer uma análise mais profunda, ele pede ajuda de todos que tiverem contato com o animal.
- Solicitamos que pessoas que tiverem contato com esse animal encaminhe as informações ao Ibama ou secretarias do meio ambiente, seja do município ou do estado, para que a gente enxergue o tamanho do problema - completou.
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De acordo com Souza, esse tipo de invasão é difícil de ser eliminada.
- Geralmente, temos que nos acostumar a conviver com essas espécies, por mais que cause transtornos. No caso da piranha, ainda não sabemos o quanto está consolidada essa invasão. E também não sabemos qual será o comportamento desses animais a médio e longo prazo. A tendência é que comecem com uma explosão populacional, mas com o tempo elas entrem em equilíbrio com o ambiente, de forma menos agressiva”, disse.
Medo do futuro
Em um relato emocionado, o presidente da Associação de Pescadores de Santo Amaro (RS), Everson Flores explicou que há cerca de dois meses vem assistindo a oferta de peixes cair, enquanto as piranhas aparecem em abundância.
- Hoje eu pego mais palometa. Por causa desse peixe, pescadores de Santo Amaro, Rio Pardo, Cachoeira, General Câmara e São Jerônimo não conseguem mais pescar. Esse peixe devora tudo o que vê, incluindo nossas redes. Quem pegava de 15 a 20 kg de peixe por dia, atualmente não pega mais do que 2 quilos de peixe - disse.
Everson diz que já tem 74 piranhas armazenadas em casa, pescadas nos últimos dias.
- Estamos apavorados, pois estão procriando demais. A cada dia que passa a população só aumenta e não sabemos mais o que fazer. Pedimos ajuda para o Ibama, autoridades, pois estamos passando fome por não ter mais o que pescar - disse.
Com informações do Canal Rural
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