Gripe aviária em aves comerciais não representa risco à segurança alimentar
Infecção é rara em humanos e consumo de carne e ovos segue seguro

Apesar da confirmação de um foco de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro, no dia 16 de maio, autoridades sanitárias e especialistas afirmam que não há motivo para alarme em relação à saúde da população ou ao consumo de produtos avícolas no Rio Grande do Sul.
Segundo Carolina Lázari, infectologista do Grupo Fleury, que atua com os Laboratórios Weinmann no Estado, a detecção do vírus H5N1 em aves comerciais não compromete a segurança alimentar. Isso porque a transmissão da gripe aviária ocorre principalmente por partículas respiratórias, e não por meio do consumo de carne de frango ou ovos.
A médica também destacou que os casos de infecção humana pelo vírus são raros. Até o momento, o Brasil não registrou nenhuma ocorrência da doença em pessoas. Nos Estados Unidos, país com maior número de casos detectados em rebanhos bovinos, aves silvestres e criações domésticas, foram contabilizados cerca de 70 casos humanos, concentrados principalmente nos estados da Califórnia e Washington.
Esses casos ocorreram, em sua maioria, entre pessoas que mantêm contato frequente e direto com os animais infectados, como trabalhadores de granjas e criadores. Mesmo nesses cenários, os sintomas relatados têm sido leves e há registro de apenas um óbito.
Carolina também ressaltou que, embora o vírus possa estar presente em outros fluidos corporais, a principal forma de disseminação entre aves e entre aves e outros animais é por via aérea — e não alimentar. A médica reforça que o vírus continua em constante mutação, o que exige monitoramento contínuo, mas o risco de epidemia entre humanos, no atual cenário, é considerado baixo.
As autoridades de saúde seguem acompanhando os casos e mantendo os protocolos de controle sanitário. O consumo de produtos avícolas segue seguro e liberado para a população.
Orientações
Após a detecção de gripe aviária (H5N1), duas orientações principais foram reforçadas para o consumo seguro de carne de frango e ovos:
- Cozimento adequado, que elimina o vírus — a carne e os ovos devem ser bem cozidos, sem gema mole, atingindo temperaturas acima de 74°C.
- Higienização das mãos após manusear alimentos crus, especialmente a carcaça de frango, utilizando detergente por pelo menos o tempo de dois "Parabéns a Você".
Segundo o virologista Fernando Spilki, apesar de não haver registros de contaminação por consumo de ovos, o cuidado é preventivo. Também é recomendada a compra de produtos inspecionados por órgãos de fiscalização. A suspensão das exportações está relacionada à presença do vírus em carcaças, mesmo sem risco direto ao consumidor que segue os cuidados.
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