O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (16/05), que "vai morrer na cadeia" caso seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo sobre a tentativa de golpe de Estado.

— Eu, com 40 anos de cadeia no lombo, não tenho recurso para lugar nenhum, eu vou morrer na cadeia. Qual crime? Crime impossível, golpe da Disney. Junto com o Pateta, com a Minnie e com o Pato Donald, que eu estava lá em Orlando, programou esse golpe aí — disse o ex-presidente em entrevista ao canal no YouTube AuriVerde Brasil.

Bolsonaro fez referência ao fato de estar em Orlando, nos Estados Unidos, no dia 8 de janeiro de 2023, quando os prédios públicos foram depredados em Brasília, durante o ataque de apoiadores do ex-presidente.

Em março, ao torná-lo réu, os ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino argumentaram que a presença física de Bolsonaro em Brasília não seria necessária para a responsabilização no caso. A denúncia contra o ex-presidente foi aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF, que também recebeu acusações contra outras sete pessoas, que seriam responsáveis pelo "núcleo crucial" do plano de golpe.

Os réus respondem a cinco crimes: organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União. Caso sejam condenados, as penas podem chegar a 43 anos de prisão.

— Está previsto 40 anos de cadeia. Me prendam. Estou com 70 já, quase morri em uma cirurgia. Vou morrer, não vai demorar — declarou Bolsonaro.

O ex-presidente também voltou a alegar que é alvo de perseguição por parte do que chama de "sistema", que, segundo ele, busca impedir sua candidatura em 2026. Na entrevista, ele criticou ainda a condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), pelo STF, por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

—Isso é sem cabimento. É ativismo judicial. Eu não sei até quando vou resistir — afirmou, referindo-se também ao caso do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que também é réu no processo pela trama golpista.