Os preços das hortaliças tiveram forte alta no Rio Grande do Sul nas últimas semanas, refletindo os impactos das chuvas intensas, das temperaturas baixas e da escassez de luz solar. De acordo com levantamento da Ceasa/RS, entre os dias 5 de junho e 7 de julho, os preços de verduras como alface, agrião e espinafre subiram, em média, 111,9%.

A alface crespa, por exemplo, teve alta de 191,6%, passando de R$ 1,00 para R$ 2,92 a unidade. O molho de agrião subiu 150%, de R$ 1,00 para R$ 2,50. O molho de couve dobrou de preço, enquanto o espinafre teve alta de 75%. Já o brócolis teve aumento de 42,8%, com o preço da unidade indo de R$ 2,92 para R$ 4,17.

Segundo a Ceasa/RS, a produção das hortaliças é feita majoritariamente por produtores locais, especialmente das regiões do Vale do Caí e da Região Metropolitana. Áreas como Viamão e Itapuã, que possuem terrenos de várzea e solos com pouca drenagem, foram bastante afetadas pelo excesso de umidade, o que prejudicou o desenvolvimento das culturas, especialmente as mais sensíveis como o alface.

Além da chuva e do frio, a baixa luminosidade também contribuiu para o crescimento lento das plantas. Segundo a Emater/RS-Ascar, os dias nublados e a serração comprometeram o desenvolvimento das folhosas e brássicas, e ainda atrasaram o plantio de outras culturas de inverno, como cebola e alho.

No entanto, técnicos apontam que, caso as previsões se confirmem com menos chuva e mais sol nos próximos dias, a produção de folhosas deve se recuperar rapidamente, já que essas hortaliças têm ciclo curto de cultivo. Apesar dos prejuízos, não houve desabastecimento. A expectativa é que, com a melhora do tempo, os preços voltem gradualmente à normalidade.