Protestos reúnem apoiadores de Bolsonaro em apoio a Trump e críticas ao STF
Manifestantes pedem anistia ao ex-presidente, atacam Alexandre de Moraes e celebram decisão do governo Trump sobre tarifas e vistos

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro realizaram manifestações neste domingo (20) em Brasília e Belo Horizonte, com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), pedidos de anistia ao ex-mandatário e demonstrações públicas de apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As manifestações não tiveram estimativas oficiais de público, e também não houve números divulgados pelos organizadores.
Em Brasília, a mobilização ocorreu no Eixão Sul, na área central da capital, onde centenas de pessoas exibiram bandeiras do Brasil, dos EUA, de Israel e do antigo Brasil Império. Os protestos tiveram como alvos principais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, relator de investigações contra Bolsonaro no STF. O ato contou com faixas e gritos de apoio a Trump, que na última sexta-feira revogou os vistos americanos do ministro Moraes, seus familiares e aliados da corte, em decisão celebrada pelos participantes.
Apesar de Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado, ter chamado a manifestação de “espontânea”, o protesto foi convocado por parlamentares aliados ao ex-presidente, como a deputada Bia Kicis (PL-DF) e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF). A mobilização foi batizada de “Caminhada pela Liberdade” e encerrou com orações e execução do hino nacional.
Na capital mineira, o movimento Direita BH organizou manifestação na Praça da Liberdade com foco nas decisões do STF. Faixas e cartazes pediram a saída de Alexandre de Moraes e criticaram a atuação da Corte, considerada pelos organizadores como “política”. O coordenador do grupo, Cristiano Reis, afirmou que a manifestação já estava programada antes da recente operação da Polícia Federal contra Bolsonaro, mas que o contexto aumentou a adesão. A organização também anunciou novos atos para agosto e setembro.
Em Belo Horizonte, manifestantes chegaram a defender ações punitivas dos Estados Unidos contra o Brasil, como tarifas comerciais, alegando que isso ajudaria a “mudar o país”. Muitos participantes também alegaram lutar por mais liberdade de expressão e contra a censura, segundo eles, imposta no país.
O Partido Liberal (PL), sigla de Bolsonaro, também se manifestou nas redes sociais, defendendo o retorno de seus apoiadores às ruas de forma “pacífica e ordeira”. O líder do partido na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcanti (RJ), publicou em sua conta oficial o chamado: “Brasil nas ruas já!”. A legenda se organiza para ampliar as mobilizações nas próximas semanas.
O último grande ato de Bolsonaro, realizado em 29 de junho em São Paulo, registrou cerca de 12,4 mil participantes — o menor número desde o fim de seu mandato, em 2022.
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