Trabalhadores terão até R$ 313 a mais por mês com nova regra do Imposto de Renda
Reforma aprovada na Câmara isenta quem ganha até R$ 5 mil e reduz cobrança para salários de até R$ 7.350; medida passa a valer em 2026 e ainda depende de análise do Senado

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (1º/10) a reforma do Imposto de Renda que amplia a faixa de isenção para quem recebe até R$ 5 mil mensais. Caso também seja confirmada no Senado, a nova regra passará a valer a partir de 1º de janeiro de 2026, impactando diretamente salários, aposentadorias e o 13º salário.
De acordo com cálculos da consultoria Confirp, o ganho pode chegar a R$ 312,89 por mês, o que representa até R$ 4.067,57 no ano (considerando o 13º salário). Hoje, a isenção vale apenas para quem recebe até R$ 3.036 mensais.
Como será a mudança
- Renda até R$ 5.000: isenção total do IR.
- Renda entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350: redução gradual do imposto, conforme fórmula estabelecida no projeto.
- Acima de R$ 7.350: não haverá benefício.
O 13º salário também seguirá a nova regra: será isento até R$ 5 mil e terá redução proporcional para quem estiver na faixa intermediária.
Exemplos de ganhos mensais
De acordo com cálculos da Confirp, os ganhos mensais variam conforme a renda. Para quem recebe R$ 3.036, não há alteração, já que essa faixa já é isenta atualmente.
Renda mensal | Ganho mensal
- 3.036,00 | -
- 3.400,00 | 27,30
- 3.600,00 | 54,76
- 3.800,00 | 84,76
- 4.000,00 | 114,76
- 4.200,00 | 144,76
- 4.400,00 | 177,89
- 4.600,00 | 222,89
- 4.800,00 | 267,89
- 5.000,00 | 312,89
- 5.200,00 | 286,27
- 5.400,00 | 259,64
- 5.600,00 | 233,01
- 5.800,00 | 206,38
Sem reajuste automático da tabela
A proposta não corrige a tabela do IR pela inflação, demanda defendida por parte dos parlamentares. O texto prevê, no entanto, que o governo envie um novo projeto em até um ano criando uma política nacional para atualização periódica dos valores.
Atualmente, a tabela do IR tem alíquotas que variam de 7,5% a 27,5%, aplicadas sobre rendimentos a partir de R$ 2.428,81. A primeira faixa foi reajustada em maio deste ano, após ficar congelada entre 2016 e 2023.
Impactos futuros
As mudanças só terão efeito prático na declaração de Imposto de Renda a ser entregue em 2027, referente ao ano-base 2026. A estimativa é que 16 milhões de brasileiros deixem de pagar o tributo, a um custo de R$ 31,2 bilhões para os cofres públicos.
Imposto mínimo para ricos
Para compensar a queda na arrecadação, a reforma cria um imposto mínimo de 10% sobre altas rendas. A medida atinge cerca de 141 mil contribuintes que hoje pagam, em média, apenas 2,5% de imposto, principalmente devido à isenção sobre lucros e dividendos.
A cobrança valerá para rendas anuais a partir de R$ 1,2 milhão. Se o contribuinte já tiver recolhido parte do tributo, a diferença será ajustada para que a carga mínima seja atingida.
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