Seja bem-vindo
São Jerônimo, RS,13/07/2025

  • A +
  • A -
Publicidade

Jovem engenheiro trabalha com software inovador na região

Recém-formado em Engenharia Civil, Guilherme Berbigier explica como programa de modelagem evita desperdícios e otimiza o tempo de execução da obra

Arquivo Pessoal
Jovem engenheiro trabalha com software inovador na região Guilherme Berbigier
Publicidade

Carla Miller Trainini

Publicidade




A construção civil é uma das maiores indústrias do planeta,
e como tal é responsável pela geração de milhões de empregos, contribuindo
decisivamente para os avanços da sociedade. A tecnologia no setor vem evoluindo
a cada dia e é um diferencial na busca da eficiência e produtividade. Segundo a
Harvard Business Review (publicação da Harvard Business Publishing, que tem
como principal objetivo a reflexão inteligente sobre as melhores práticas na
gestão de negócios), um em cada seis projetos irá extrapolar os custos no
orçamento em quase 70%.


Buscando alternativas de sanar os problemas de custos, a tecnologia empregada
na construção civil é uma das melhores formas de mudar esse cenário. Mesmo que
o setor ainda esteja resistente a algumas inovações, o futuro parece ser
promissor e as empresas envolvidas já estão aderindo à tecnologia para
transformar a produtividade dos projetos e aprimorar a execução de inúmeras
etapas.


Entre as tantas tecnologias existentes no mercado, uma chamou atenção do
charqueadense Guilherme Berbigier, que aos 22 anos é mais um jovem com a mente
inquieta que chega ao mercado, com muito gás e vontade de fazer a diferença.


É um software chamado BIM (Building Information Modelling ou Modelagem da
Informação da Construção) que, segundo explica, permite que seja criado um
modelo digital inteligente da edificação, otimizando tempo e evitando
desperdícios. É um método ainda pouco utilizado no Brasil. Surgiu há mais de dez
anos e vem sendo implantado aos poucos nas empresas nacionais.


- Dizemos que a construção civil é uma indústria, mas na verdade não é. Ela
continua utilizando processos e métodos muito arcaicos e está resistente na
questão evolução. Porém, já despertou para tecnologias que permitem, por
exemplo, o uso mais racional de tempo, material e mão de obra, pois agiliza e
auxilia na gestão das várias frentes, tanto nas fases de projeto e orçamento,
quanto na execução. O BIM é um clássico exemplo disso – disse Berbigier,
recentemente formado em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul (PUCRS) e que utiliza o software em um empreendimento da
família, em Charqueadas.




TECNOLOGIA QUE REVOLUCIONA



Berbigier, que no quarto semestre da faculdade teve o primeiro contato com a
ferramenta, que considera o futuro da construção civil devido ao que ela é
capaz de proporcionar, revela detalhes de como o BIM pode revolucionar um
empreendimento. Ele conta que essa tecnologia consegue extrair muito mais
informações do projeto, de uma maneira mais rápida, com visualização ampla e
que possibilita fazer quantitativos de forma mais eficiente.


- Hoje a maioria dos projetos é feita em AutoCAD, plataforma de desenvolvimento
de desenho paramétrico que não dá informações avançadas. Já com o BIM, o
próprio software entende que aquela linha é uma parede e é possível introduzir
parâmetros como a quantidade de tijolos a ser utilizada, quanto de argamassa,
de tinta, etc – ressalta Berbigier, ao explicar que o software possui recursos
de animação que possibilitam simular virtualmente a realidade da obra pronta.




REDUÇÃO DE CUSTOS NA OBRA




A tecnologia na construção civil é uma aliada para ter mais precisão em
todas as etapas de uma obra, desde a fase de projeto até a execução. Além
disso, adotar inovações e sistemas nos processos pode trazer benefícios em
diferentes aspectos e a grande preocupação é como conseguir reduzir custos. O
BIM, segundo Berbigier, é capaz de prever e prevenir riscos, erros e até mesmo
acidentes no andamento de uma obra. É um sistema que visa controlar as etapas e
obter os resultados esperados, medindo o desempenho da equipe durante a
execução para que não ocorram surpresas indesejadas ao final do projeto.


- Imagina um exemplo: um dos profissionais muda uma parede de lugar no projeto.
Com o BIM é possível que todo o resto seja reestruturado devido àquela mudança
antes que no futuro ela se torne um problema. Isso evita retrabalho,
desperdício de tempo e de dinheiro – finaliza Berbigier.


POR DENTRO DA FERRAMENTA



* O Building Information Modeling (BIM), em português Modelagem da Informação
da Construção, é muito diferente do desenho usual em 2D. A modelagem com o
conceito BIM trabalha com modelos 3D que são mais fáceis de assimilar e mais
fiéis ao produto final. Numa comparação simples, seria como abandonar a ideia
de fazer o planejamento desenhando mapas e trabalhar diretamente com maquetes.


* O 3D foi a evolução natural do desenho de projeto. Com a aplicação da
tecnologia BIM, esse modelo 3D passa a ter diversos “objetos paramétricos” com
a adição das informações que o BIM proporciona. Ou seja, cada objeto modelado
passa a aceitar parâmetros e informações que agregam o trabalho de outros
profissionais que não sejam apenas os projetistas.


* Com ele é possível, por exemplo, adicionar informações de marca do material a
ser utilizado, custos e outras especificações dentro do arquivo onde o projeto
está sendo modelado. Desta forma, vários profissionais (engenheiros,
arquitetos, orçamentistas, compradores, etc) podem acessar e editar diversas
informações ao mesmo tempo, economizando tempo e evitando erros de comunicação
que se traduzem em desperdício e atraso nas obras.






O QUE ELE DISSE

“A relação ideal no futuro é que
todos os profissionais responsáveis pela construção façam juntos as
colaborações entre os projetos. Por exemplo, alguém que está trabalhando no
projeto arquitetônico (o que dá a concepção da construção), atue ao mesmo tempo
em que outra pessoa está na parte estrutural, outra na elétrica, outra na
hidráulica, enfim. A ideia é que tudo se transforme em um único projeto. Isso
já é realidade em alguns lugares e, na minha opinião, esse é o futuro. Eu não
vejo outra saída senão todos trabalhando juntos dessa maneira. Isso é
tecnologia”.



Guilherme Berbigier,
engenheiro civil, sobre o futuro da construção civil com a utilização do
software BIM.


PERFIL





* Guilherme Berbigier, 22 anos, filho de Edson Berbigier e
Andrea Berbigier;


* Concluiu o Ensino Médio pelo Colégio Marista Rosário, em Porto Alegre;


* Formou-se em Engenharia Civil no final de 2018, pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS);


* Entrou para o mercado de trabalho no quarto semestre do curso, quando fez seu
primeiro estágio em uma empresa de Drywall ("parede seca", ou seja,
um painel constituído por sulfato de cálcio hidratado – gesso -, com ou sem
aditivos, e geralmente pressionado contra um revestimento de cartão). Na
ocasião atuou na área de projetos, momento em que começou a acompanhar
pessoalmente algumas obras.


Durante a faculdade trabalhou em empresas como a MRV Engenharia (que atua,
principalmente, na construção de moradias pelo programa social do Governo
Federal, Minha Casa, Minha Vida), na Construtora Porto Berton (fábrica de
pré-moldados) e na Simon Engenharia (empresa que trabalha com projetos
estruturais, como o projeto do estádio Beira Rio, por exemplo).


Neste período precisou aprender a utilizar o BIM e evoluir muito mais rápido do
que imaginou para poder acompanhar o mercado.


- Em uma das empresas que trabalhei eles usavam o software desde 2015. Falei
que eu sabia mexer e eles me chamaram por isso. Só que eu levei um susto e
precisei aprender ainda mais rápido para conseguir acompanhar a equipe - revela.


Ao final da faculdade retornou para a Porto Beton e, agora formado, trabalha na
construtora do pai, em Charqueadas. Atualmente ele aplica o software BIM no
novo empreendimento da família que está sendo construído às margens da ERS 401.


- Sou muito inquieto. Quando vejo que as coisas estão começando a ficar
monótonas, tenho que mudar. Foi quando falei pro meu pai que queria trabalhar
com ele. Disse que acreditava que conseguiria implementar o BIM na obra que ele
estava trabalhando e então saí de onde eu estava e voltei para casa. Hoje atuo
nesse projeto em andamento utilizando o software – conta.


Para o futuro a ideia é abrir uma Start Up com colegas de faculdade que possuem
a mesma visão empreendedora e a vontade de revolucionar o mercado.


- Falamos sobre isso desde o começo do curso. Agora, no último semestre que nós
começamos, de fato, a querer colocar a ideia em prática. A empresa ainda não
existe e não temos CNPJ, no entanto, já começamos a atuar nessa obra do meu pai
que será nosso primeiro projeto. Queremos mostrar que o software é capaz de
prever muito mais rápido os problemas e interferências em uma obra e depois
sim, nos lançarmos no mercado. Estamos engatinhando ainda – finaliza.



Conheça o Via Center



Publicidade



COMENTÁRIOS

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.