O presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Carlos Roberto Ferreira Lopes, foi preso em flagrante pela CPMI do INSS na madrugada desta terça-feira (30), em Brasília. A detenção ocorreu durante seu depoimento à comissão, após ele ser acusado de mentir e ocultar informações sobre o envolvimento da entidade em fraudes em benefícios previdenciários.

Segundo os parlamentares, Lopes teria cometido falso testemunho ao negar irregularidades em operações ligadas à Conafer. O relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmou que pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) a conversão da prisão em preventiva, alegando risco de fuga e possibilidade de ocultação de valores desviados.

De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), entre 2019 e 2023 a Conafer registrou crescimento expressivo nos descontos feitos diretamente em aposentadorias e pensões do INSS, passando de R$ 400 mil para R$ 202 milhões. Segundo a Polícia Federal, o esquema envolvia o cadastramento indevido de beneficiários, com uso de assinaturas falsas, para a cobrança de mensalidades sem autorização.

Lopes, que havia sido convocado como testemunha, não apresentou habeas corpus preventivo para resguardar-se de responder às perguntas ou de ser preso. Após prestar depoimento, pagou fiança — cujo valor não foi divulgado — e foi liberado.

A CPMI do INSS apura um esquema bilionário de fraudes que teria atingido milhões de beneficiários em todo o país. Esta foi a segunda prisão decretada pela comissão. Na semana passada, o ex-diretor financeiro de empresas ligadas ao operador conhecido como “Careca do INSS”, Rubens Oliveira, também foi detido.