Polícia Civil mira grupo investigado por lavagem de dinheiro do tráfico de drogas
Charqueadas e outras 14 cidades do RS, SC e PR são alvos de operação; três pessoas foram presas
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro do Denarc, coordenada pelo Delegado Adriano Nonnenmacher, realizou a quarta fase da Operação Irmandade nesta quarta-feira (4/09). A operação, que visa desmantelar uma organização criminosa envolvida na lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, cumpriu 41 medidas cautelares, incluindo prisões preventivas e mandados de busca.
Durante a ação, três pessoas foram presas: duas em Alvorada e Caxias do Sul, ambas consideradas lideranças financeiras e logísticas da organização, e uma terceira em Ijuí, onde foram apreendidas armas de fogo. A operação contou com a participação de 80 policiais nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, com apoio de diversas delegacias regionais e unidades especializadas.
Entre as cidades abrangidas pela operação estão Charqueadas, Porto Alegre, Esteio, São Leopoldo, Alvorada, Imbé, Caxias do Sul, Bagé, Ijuí, Santo Ângelo, Erechim, Viadutos, Dois Lajeados, Palhoça (SC) e Cascavel (PR). As investigações revelaram que um novo escalão de operadores financeiros movimentou R$ 6,8 milhões no sistema financeiro, utilizando diversas técnicas de evasão de controle administrativo, como estruturação e smurfing.
A operação também descobriu que um casal de Porto Alegre e Alvorada, ligado às lideranças da organização, gerenciava valores milionários provenientes da distribuição de entorpecentes, disfarçando essas transações com informações falsas fornecidas a instituições bancárias. As investigações apontam ainda para a utilização de métodos sofisticados de lavagem de capitais, como a ocultação de bens imóveis e veículos de luxo, além da retirada fraudulenta de ativos apreendidos em delegacias.
Nas fases anteriores da Operação Irmandade, realizadas entre maio de 2021 e fevereiro de 2024, foram indiciadas 47 pessoas e presos líderes e gerentes de alto escalão do crime organizado gaúcho. No total, mais de 450 medidas cautelares foram cumpridas, com um montante de R$ 30 milhões movimentados pelos alvos no sistema financeiro.
A operação continua a avançar, visando desmantelar por completo a rede de lavagem de dinheiro associada ao tráfico de drogas, com um foco especial nas conexões entre células do crime organizado no Vale dos Sinos, Porto Alegre e outras regiões do Sul do Brasil.
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