O Ministério da Previdência Social emitiu um alerta importante: aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão sendo alvos de golpistas, que prometem uma suposta “devolução acelerada” de valores descontados de forma irregular nos benefícios mensais. Segundo o governo, essa promessa é fraudulenta e tem como objetivo enganar os segurados em situação de vulnerabilidade.

Os bandidos abordam os aposentados por telefone ou mensagens de WhatsApp se passando por funcionários do INSS e utilizam os dados da vítima para prometer a devolução do dinheiro descontado indevidamente.

O ministério reforça que nenhum aposentado ou pensionista deve clicar em links recebidos por e-mail, mensagens de texto ou aplicativos de mensagens instantâneas. “O governo alerta: aposentados e pensionistas não devem clicar em nenhum link enviado por e-mail, aplicativo de mensagens ou qualquer outro meio”, reforça o comunicado oficial.

Os descontos indevidos referentes à folha de pagamento de abril deste ano já foram identificados e ficarão retidos. A devolução ocorrerá automaticamente na folha de maio, entre os dias 26 de maio e 6 de junho. “Não é preciso fazer nada”, enfatiza o ministério.

Já os valores descontados antes de abril de 2025 ainda estão em processo de apuração. Por isso, o governo alerta que não há como prever uma data para a devolução nem existe a possibilidade de “antecipar” qualquer reembolso.

As denúncias que chegaram ao Ministério indicam que os golpistas estão prometendo acelerar esse ressarcimento, o que configura uma tentativa de fraude. “Essa promessa de ‘acelerar o ressarcimento’ é fraudulenta”, alerta o comunicado.

De acordo com a Polícia Federal, pelo menos 11 entidades associativas são suspeitas de realizar descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas sem o consentimento dos segurados. Os casos de irregularidades foram registrados entre os anos de 2019 e 2024.

O esquema funcionava com a inclusão indevida dos beneficiários em sindicatos ou associações, supostamente oferecendo vantagens como descontos em academias ou planos de saúde. No entanto, essas entidades não tinham qualquer estrutura para oferecer os serviços anunciados, utilizando-se disso apenas como justificativa para cobrar mensalidades. Estima-se que os desvios podem chegar a R$ 6,3 bilhões.

Na última quinta-feira (24), o governo federal anunciou a suspensão imediata de todos os descontos mensais promovidos por associações e sindicatos nos benefícios dos aposentados e pensionistas. Também foi anunciada a devolução integral dos valores cobrados indevidamente. O INSS ficará responsável pela elaboração do plano de ressarcimento.

Durante a operação, que aconteceu em 13 estados e no Distrito Federal, houve mandados de busca, apreensão e prisão. O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado e posteriormente demitido. Além dele, cinco servidores públicos foram alvos de medidas judiciais e seis pessoas já estão presas.