Felipão de volta ao Grêmio: entre memórias gloriosas e novos desafios nos bastidores
Tricolor anunciou oficialmente o retorno de Luiz Felipe Scolari, o eterno Felipão, agora em um novo papel: coordenador técnico

O Grêmio anunciou oficialmente, na sexta-feira (25/04), o retorno de Luiz Felipe Scolari, o eterno Felipão, agora em um novo papel: coordenador técnico. Aos 76 anos, o multicampeão tricolor reassume um posto no clube que o consagrou, mas desta vez fora das quatro linhas. A chegada marca sua quinta passagem pelo Grêmio — desta vez, em um contexto de reconstrução e em busca de estabilidade após a saída do técnico Gustavo Quinteros.
Felipão será responsável por fazer a ponte entre diretoria, comissão técnica e elenco profissional. Ele retorna ao clube que o viu levantar títulos históricos, como a Copa do Brasil de 1994, a Libertadores de 1995 e o Campeonato Brasileiro de 1996. Agora, ele entra para um seleto grupo de ex-treinadores que também contribuíram como dirigentes, igualando Valdir Espinosa, que ocupou o mesmo cargo entre 2016 e 2017.
Uma história entre glórias e tropeços
A trajetória de Felipão no Grêmio começou em 1987, quando conquistou o Campeonato Gaúcho. Mas foi entre 1993 e 1996 que seu nome se eternizou entre os maiores da história do clube. Ao lado do então presidente Fábio Koff, formou um time aguerrido e técnico, que ficou conhecido como o verdadeiro "copero e peleador". A parceria rendeu sete títulos e consolidou o Grêmio como protagonista no cenário nacional e internacional.
Contudo, nem todas as passagens foram de sucesso. Em 2014, Felipão retornou em meio à ressaca do 7 a 1 da Seleção Brasileira para a Alemanha, e apesar de uma vitória emblemática por 4 a 1 em um Gre-Nal, o desempenho geral ficou aquém do esperado. Já em 2021, seu último trabalho como treinador do clube foi o mais frustrante: assumiu com a missão de evitar o rebaixamento e saiu com o Grêmio afundado na zona da degola.
De volta como conselheiro
Agora, longe das pressões do banco de reservas, Felipão assume um papel de conselheiro estratégico. Terá a missão de orientar o técnico Mano Menezes, dialogar com o elenco e harmonizar decisões internas em um ambiente que há anos sofre com instabilidade técnica e extracampo. A escolha por um nome histórico, experiente e identificado com a cultura gremista pode ser uma tentativa da diretoria de recuperar o espírito vencedor que marcou os anos 90.
Legado eterno
Com 385 partidas no comando do Grêmio, Felipão é o segundo técnico que mais vezes dirigiu o Tricolor, atrás apenas de Renato Portaluppi. Mesmo com altos e baixos, ele é, indiscutivelmente, o treinador mais vitorioso da história gremista. A volta ao clube como dirigente reforça a importância de preservar e valorizar os símbolos que moldaram a identidade tricolor.
Assim como Valdir Espinosa, que brilhou dentro e fora de campo, Scolari inicia agora uma nova missão: contribuir nos bastidores para que o Grêmio reencontre o caminho das conquistas. O desafio é grande, mas se tem alguém que conhece o peso da camisa azul, preta e branca, esse alguém é Felipão.
Os números de Felipão no Grêmio
1987
- 45 jogos
- 24 vitórias
- 16 empates
- 5 derrotas
- 65,1% aproveitamento
- Título: Gauchão
1993 a 1996
- 267 jogos
- 127 vitórias
- 74 empates
- 66 derrotas
- 56,8% aproveitamento
- Títulos: Gauchão (1995 e 1996), Copa do Brasil (1994), Copa Sanwa Bank (1995), Libertadores (1995), Brasileirão (1996) e Recopa Sul-Americana (1996)
2014 a 2015
- 52 jogos
- 25 vitórias
- 14 empates
- 13 derrotas
- 57% aproveitamento
2021
- 21 jogos
- 9 vitórias
- 3 empates
- 9 derrotas
- 47,6% de aproveitamento
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