Projeto da Scala Data Centers se expande de Eldorado do Sul para Charqueadas
Protocolo de intenções foi assinado entre a empresa, o governo do RS e a Prefeitura de Charqueadas na terça-feira

A Scala Data Centers ampliou seu ambicioso projeto Scala AI City — conhecido como “cidade de data centers” — para incluir também o município de Charqueadas. Inicialmente previsto apenas para Eldorado do Sul, o empreendimento passou por uma reconfiguração territorial, oficializada na terça-feira (30/04) com a assinatura de um protocolo de intenções entre a empresa, a Prefeitura de Charqueadas e o governo estadual, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec).
O acordo estabelece que a Scala será responsável pelos investimentos e pela construção da infraestrutura, além de ações de responsabilidade social. Já a Prefeitura de Charqueadas se compromete a apoiar os fornecedores envolvidos, integrar o projeto às estratégias locais e atuar junto aos órgãos municipais com o suporte do Estado.
Em 2024, Eldorado do Sul já havia firmado protocolo semelhante e sancionado uma lei que viabiliza a instalação da estrutura. Agora, com a adesão de Charqueadas, o projeto ganha ainda mais dimensão.
Durante a assinatura, o prefeito em exercício de Charqueadas, André Sippel, afirmou que o empreendimento terá impactos positivos significativos para a economia local, com geração de empregos e atração de novos investimentos. Para ele, o projeto também representará um avanço na modernização do município.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, destacou que o investimento reforça o papel do Rio Grande do Sul como polo estratégico em infraestrutura digital e inteligência artificial.
Com um investimento inicial de R$ 3 bilhões, a Scala planeja instalar no local o primeiro distrito industrial de data centers do Brasil. Mesmo com a ampliação para Charqueadas, o aporte inicial será mantido. No entanto, caso a capacidade total seja alcançada, os investimentos podem chegar a R$ 500 bilhões ao longo de até 20 anos. A expectativa é que o complexo atinja potência de 4,5 mil MW — o equivalente a cerca de um terço da capacidade da usina de Itaipu.
As primeiras etapas incluem compra de terrenos, construção de uma subestação de energia, infraestrutura de apoio e os primeiros blocos de data centers. A capacidade inicial de processamento será de 54 MW, voltados para aplicações em nuvem e inteligência artificial. Ao final do projeto, o complexo também contará com hotel, faculdade e centro de convenções.
O projeto utiliza a arquitetura FutureProof, voltada para cargas intensivas de IA, com racks que suportam até 150 kilowatts — bem acima da média de 20 kW para data centers tradicionais. Também será adotado o sistema liquid cooling, que utiliza fluido refrigerante para oferecer maior eficiência energética.
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