Isaquias Queiroz conquista a prata na canoagem velocidade e chega a cinco medalhas olímpicas
O canoísta brasileiro fez uma arrancada espetacular no final e manteve-se no pódio olímpico em Paris, após conquistas na Rio 2016 e Tóquio 2020
. Após competir no C2 500m, Isaquias Queiroz prometeu levantar a cabeça e representar bem o time de Lagoa Santa em sua última prova nesta edição dos Jogos Olímpicos. E ele cumpriu a promessa. Com determinação e força, o maior atleta da história da canoagem velocidade do Brasil conquistou sua quinta medalha olímpica, uma prata no C1 1000m em Paris 2024.
Isaquias se iguala a Robert Scheidt e Torben Grael na segunda posição na lista de atletas brasileiros com mais medalhas olímpicas, com cinco cada um. Eles estão atrás apenas de Rebeca Andrade, que conquistou seis medalhas, incluindo as quatro obtidas nesta edição dos Jogos Olímpicos. Além da prata em Paris, Isaquias possui um ouro no C1 1000m em Tóquio 2020, prata no C1 1000m e no C2 500m na Rio 2016, e um bronze no C1 200m, também nos Jogos do Brasil. O sonho de superar os ídolos da vela ainda está vivo.
Nesta sexta-feira (9/08), Isaquias disputou a semifinal, registrando o tempo de 3:44:80, o que garantiu sua passagem para a final com a 3ª colocação geral e 2º lugar na primeira bateria, onde o romeno Catalin Chirila, recordista olímpico nas eliminatórias, foi eliminado ao terminar em quinto. Isaquias ficou atrás apenas do alemão Sebastian Brendel e do tcheco Martin Fuksa.
Na quinta-feira, Isaquias havia competido na final do C2 500m ao lado do jovem Jacky Godmann, mas a dupla terminou na oitava colocação. Apesar de terem sido a quarta colocada em Tóquio e de estarem mais preparados para Paris, a decepção por não subirem ao pódio no C2 serviu como motivação extra para o baiano de Ubaitaba.
Quem é Isaquias Queiroz: perfil, biografia e principais resultados
Isaquias nasceu na “cidade das canoas”, significado de Ubaitaba em tupi-guarani, na Bahia. Desde cedo, o local de nascimento parecia predestinar seu sucesso na canoagem, embora o atleta tenha enfrentado muitos obstáculos antes de alcançar suas conquistas.
Crescendo em uma família humilde ao lado de nove irmãos, Isaquias perdeu o pai ainda na infância. Sua mãe, Dona Dilma, trabalhava como servente na rodoviária da cidade para sustentar a família. Aos três anos, Isaquias sofreu um grave acidente quando uma panela de água fervente caiu sobre ele, deixando-o internado por um mês com queimaduras em várias partes do corpo. Ainda em recuperação, sua mãe o levou para casa e cuidou dele até que estivesse completamente curado.
Aos 10 anos, Isaquias subiu em uma mangueira para ver uma cobra morta, mas se desequilibrou e caiu de costas sobre uma pedra, o que resultou em uma grave lesão no rim e uma hemorragia interna. Ele precisou passar por uma cirurgia para remover o órgão, o que lhe rendeu o apelido de “Sem Rim”. Isaquias, no entanto, sempre brinca que "perdeu um rim, mas ganhou um terceiro pulmão".
Pouco depois, a canoagem entrou em sua vida. Isaquias começou a participar do projeto Segundo Tempo, que oferecia práticas esportivas para crianças e adolescentes de Ubaitaba. Embora inicialmente interessado no futebol, Isaquias acabou se apaixonando pela canoagem velocidade, inspirado por Jefferson Lacerda, um dos pioneiros da modalidade no Brasil e participante das Olimpíadas de Barcelona 1992, a primeira vez que canoístas brasileiros competiram nos Jogos.
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