O governo do Rio Grande do Sul lançou, nesta quarta-feira (30/10), o Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável. Esta iniciativa ambiciosa visa não apenas impulsionar a economia gaúcha, mas também estabelecer um marco para o crescimento social e ambiental do estado. A expectativa é de que, através deste plano, a taxa anual de crescimento do PIB do Rio Grande do Sul possa ser duplicada e, em um cenário otimista, até mesmo triplicada nos próximos anos.

Com um horizonte que se estende até 2040, o plano foi desenvolvido com a colaboração da consultoria internacional McKinsey, que proporcionou uma análise detalhada das potencialidades econômicas do estado. Foram identificados 12 setores prioritários que possuem grande potencial para aumentar a produtividade e gerar novas oportunidades de emprego. Os principais focos incluem a cadeia agropecuária, que representa uma parte significativa da economia do estado, e a transição energética, que visa promover práticas sustentáveis e o uso de fontes renováveis.

A apresentação do plano ocorreu na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, em um evento que contou com a presença de diversas lideranças políticas e empresariais. O documento não só apresenta um diagnóstico detalhado do estado, mas também propõe estratégias práticas para estimular o PIB e, por conseguinte, melhorar a qualidade de vida dos gaúchos. O governador enfatizou a importância de ter um plano orientado por evidências científicas, que não apenas acelere o desenvolvimento econômico, mas também promova inclusão social.

Gabriel Souza, vice-governador, destacou que o plano é respaldado por teorias econômicas sólidas e incorpora a participação da sociedade por meio de um comitê de monitoramento. A ideia é garantir que a população esteja ciente dos benefícios reais que esses projetos poderão trazer, promovendo transparência e engajamento.

Após um período de ajustes financeiros, onde pagamentos e salários foram regularizados e reformas administrativas foram implementadas, o governo agora volta seu olhar para um futuro promissor. O plano é descrito como um guia estratégico, semelhante a um GPS, que permitirá ao estado se adaptar a cenários econômicos complexos e dinâmicos, indo além de uma simples abordagem econômica.

Desenvolvimento do Plano

Elaborado em um período de seis meses, o plano é resultado da colaboração de aproximadamente 500 pessoas, incluindo líderes do governo, empresários e acadêmicos. Essa ampla participação garantiu que diferentes perspectivas fossem consideradas, culminando em um documento robusto. O processo incluiu sessões de ideação, workshops, entrevistas individuais e reuniões com representantes de classe e empresários.

Os pilares fundamentais do plano são:

1. Econômico: Foca na análise da trajetória de crescimento do PIB, considerando fatores como força de trabalho e produtividade. Esse pilar busca identificar quais setores estão mais bem posicionados para crescer e como podem ser impulsionados.

2. Inclusivo: Examina indicadores de renda e mercado de trabalho, com uma análise detalhada por regiões funcionais. Este pilar é crucial para garantir que o crescimento econômico beneficie todas as camadas da população.

3. Sustentável: Aborda as oportunidades no contexto ambiental, avaliando como o estado pode se posicionar em relação à resiliência climática e às práticas de desenvolvimento sustentável.

Para que esses pilares se tornem realidade, o plano estabelece cinco prioridades estratégicas:

• Capital humano: Foca na qualificação da educação básica e profissional, promovendo escolas em tempo integral e atraindo e retendo talentos no estado.

• Ambiente de negócios: Tem como objetivo simplificar processos para empreendedores e consolidar o Rio Grande do Sul como um destino atraente para investimentos.

• Inovação: Enfatiza a necessidade de transformar inovação e tecnologia em produtividade, promovendo o uso de inteligência artificial na matriz econômica.

• Infraestrutura: Propõe a reestruturação e diversificação da logística do estado, essencial para suportar o crescimento econômico.

• Recursos naturais: Busca potencializar a transição energética, focando na resiliência climática e em práticas agrícolas mais sustentáveis.

Implementação e Monitoramento

O plano identifica 12 setores onde o Rio Grande do Sul já demonstra competitividade e onde há uma demanda crescente. Em cada um desses setores, produtos e serviços inovadores foram destacados como oportunidades para o crescimento futuro. O plano não apenas propõe ações concretas, mas também delineia um caminho para um crescimento econômico que seja inclusivo e sustentável, abrangendo todas as regiões do estado, que atualmente apresentam níveis diversos de desenvolvimento.

Uma das ferramentas cruciais para a execução do plano é a criação da Agência de Desenvolvimento Invest RS. Esta agência tem como objetivo fortalecer a colaboração entre o estado, a sociedade e os setores produtivos, atraindo investimentos e promovendo os produtos gaúchos no cenário nacional e internacional. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, enfatizou que a agência é um passo significativo para tornar o Rio Grande do Sul mais eficiente e acolhedor para o empreendedorismo.

Foco e Serviços da Invest RS

A Invest RS será responsável por várias iniciativas, incluindo:

• Inteligência de mercado: Fornecer informações detalhadas sobre as características do estado e os diferenciais de seus setores estratégicos para potenciais investidores.

• Serviços ao investidor: Oferecer consultoria especializada na construção de casos de negócios e estratégias de expansão, incluindo a identificação de locais ideais para novos empreendimentos.

• Serviços ao exportador: Detalhar processos envolvidos na exportação, abrangendo a logística e opções de financiamento.

As iniciativas propostas pelo Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável refletem um compromisso conjunto para fortalecer o estado e expandir as oportunidades para todos os gaúchos. Além disso, os desafios impostos por desastres climáticos recentes exigiram uma ressignificação da estratégia, levando em consideração novas necessidades e desafios emergentes.