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São Jerônimo, RS,14/05/2025

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Apenas um trecho de ferrovia está em operação em todo o RS

Entre os trechos que deixaram de operar devido aos estragos provocados pelas enchentes está o que transporta produtos entre a capital e o Polo Petroquímico de Triunfo; Rumo apresentará diagnóstico em cerca de 20 dias

Divulgação
Apenas um trecho de ferrovia está em operação em todo o RS Rumo vai apresentar diagnóstico dos danos causados pelas enchentes no modal ferroviário do Rio Grande do Sul
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O Rio Grande do Sul, que já foi referência nacional no transporte ferroviário, enfrenta uma situação extrema: após as enchentes, apenas um trecho ferroviário, entre Cruz Alta e Rio Grande, está em operação, com apenas seis trens por semana. Em uma reunião realizada nesta terça-feira (15/07) com o vice-governador Gabriel Souza, a Rumo Logística informou que apresentará um diagnóstico dos danos causados pelas enchentes no modal ferroviário do Estado em cerca de 20 dias.

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Segundo o presidente do Sindicato dos Ferroviários do Estado (Sindifergs), João Calegari, dos 200 funcionários da Rumo Logística na região de Porto Alegre, cerca de metade foi transferida para o Paraná e seis para Santa Maria, enquanto os demais estão sendo demitidos. Calegari afirma que a Rumo desistiu de reconstruir trechos gravemente destruídos pelas enchentes em Rio Pardo e na Serra gaúcha.
– A Rumo só vai reconstruir esses trechos se houver a renovação do contrato de concessão, prevista para 2026 – alertou Calegari durante entrevista à Rádio CDN e TV Diário, de Santa Maria.

Entre os trechos que deixaram de operar devido aos estragos estão a linha entre Canoas e Santa Maria, usada para trazer combustível ao centro do Estado, o ramal que liga Porto Alegre a Santa Catarina e Paraná, e o que transporta produtos petroquímicos entre a Capital e a fábrica da Braskem, no Polo Petroquímico de Triunfo.

Calegari comenta que, em anos anteriores, cargas de milho que não conseguiam ser escoadas pelo porto de Paranaguá (PR) eram trazidas por ferrovia para o Estado e escoadas pelo Porto de Rio Grande. Contudo, esse e outros trajetos estão interrompidos e não há previsão de retomada dos trens.
– O único trecho em operação atualmente é de Cruz Alta a Santa Maria, Cacequi e Rio Grande. São seis trens por semana, para levar grãos ao porto. De Cacequi a Uruguaiana, também está fora de operação. A situação é grave. A ferrovia para o Mercosul, para a Argentina, está totalmente fechada há 10 anos. O arroz era transportado de Alegrete para Ourinhos (SP), e a Rumo simplesmente rompeu o contrato e deixou de transportar – lamenta.

De 3,2 mil km para apenas 900 km em uso



Em azul, trechos bloqueados por estragos da enchente de maio - Foto: Repdodução


Calegari diz que procurará ajuda do governo federal para tentar intervir na situação, dada a gravidade da falta de trens. Ele lembra que, antes mesmo das enchentes, o Rio Grande do Sul já havia perdido.
– O Rio Grande do Sul tinha 3.282 km de linhas funcionando quando foi feita a privatização. Hoje, até antes de toda essa situação climática, não tínhamos nem 900 km de linhas operando. Agora, temos apenas o ramal de Cruz Alta a Rio Grande operando. O prejuízo da malha ferroviária do Rio Grande do Sul após a privatização, comparado com as concessões de outros Estados, é muito grande. Se observarmos o desenho da malha ferroviária no Estado, hoje há bairros construídos em cima de trechos de ferrovias – diz.

Questionado sobre os planos do governo federal para a renovação da concessão da Malha Sul da ferrovia (RS, SC e PR), Calegari afirmou que tudo é muito obscuro:
– A Rumo vai botar em dia todas essas linhas que foram abandonadas? Eu tenho minhas dúvidas.

Ele também não fala sobre os antigos planos de construir a ferrovia Norte-Sul no Estado, que seria uma esperança para tornar o modal mais competitivo, com bitolas mais largas, permitindo viagens mais rápidas.

Questionado sobre a situação das ferrovias, o ministro da Reconstrução do RS, Paulo Pimenta, disse que iria averiguar a situação.

Em nota, a Rumo Logística respondeu de forma genérica: “A empresa está mobilizada no levantamento e avaliação de todos os danos causados pelas chuvas que impactaram o Estado. Dada a complexidade e abrangência da situação, ainda não é possível estimar prazos sobre os procedimentos necessários. Nesse sentido, estão sendo oferecidas oportunidades de realocação para outras funções e/ou localidades a todos os colaboradores cujas atividades estão interrompidas desde o final de abril, em condições atrativas para preservar a empregabilidade, em condições específicas negociadas com sindicato. A empresa segue em diálogo com o governo federal (poder concedente) e demais autoridades competentes do setor para avaliação conjunta do cenário”.

Ao governo do RS, Rumo Logística promete apresentar diagnóstico em 20 dias


Gabriel e Capeluppi enfatizaram a necessidade de reparos e modernizações - Foto: Joel Vargas/Ascom GVG


Em reunião virtual com o vice-governador Gabriel Souza na tarde desta segunda-feira (15/07), dirigentes da Rumo Logística – concessionária que administra a Malha Sul – se comprometeram a apresentar, em cerca de 20 dias, um diagnóstico dos danos causados pelas enchentes no modal ferroviário do Rio Grande do Sul. Além das condições gerais e pré-existentes, o documento deve apresentar o detalhamento das estruturas afetadas e comprometidas pelas chuvas, segundo o vice-presidente da empresa, Guilherme Penin. Também participaram do encontro os secretários de Logística e Transportes, Juvir Costella, e da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi.
– Qualquer modal logístico que tenha sido impactado pelas enchentes precisa apresentar um diagnóstico de danos das suas estruturas. O que estamos sentindo falta em relação à malha férrea, sob administração da Rumo, é justamente isso – alertou Gabriel. – Só a partir desse levantamento é que podemos propor soluções e projetar ações condizentes para o modal, que já tinha necessidade de investimentos para modernização e retomada em diferentes trechos.

Segundo o governo do Estado, a Rumo Logística detém a concessão de 3,15 mil km de ferrovias, sendo que cerca de 1,6 mil km estão desativados desde antes das enchentes registradas em maio. Para acompanhar as demandas do setor, foi criado o Departamento de Ferrovias, ligado à Secretaria de Logística e Transportes (Selt). Além disso, o Gabinete do Vice-Governador (GVG) vem tratando da pauta com reuniões com as áreas responsáveis do governo federal, como o Ministério dos Transportes e a Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário.


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