João Adolfo Guerreiro
JOÃO ADOLFO GUERREIRO | Greta, a grande
Que assim seja. Amém.

João Adolfo Guerreiro
Podia estar fazendo qualquer outra coisa fútil e prazerosa pra curtir sua vida de bem nascida em país nórdico, a moça sueca Greta, mas desde pequena começou a matar aula pra impedir que o homem mate a natureza a ao próximo. Logo, por defender a casa comum - o planeta - e o templo do Espírito Santo - o corpo humano e a vida - creio que o nosso ímpar Papa Francisco devia gostar muito dela. Penso até que criaturas como essa guria são enviadas por Deus pra fazer a sua vontade, assim como Gandhi o foi: imperfeitos alertando os homens acerca das consequências de seus atos imperfeitos, visando a busca da perfeição. Seres que são luz para o nosso caminho.
Greta, portanto, é um patrimônio da humanidade. Charqueadas e a região Carbonífera fazem parte de humanidade, então ela é patrimônio nosso, assim como outros, dentre esses o brasileiro padre Lancelotti, outra benção a nós concedida. Coisa boa que Greta estará muitas décadas entre nós. Fico feliz em saber que Greta sobreviverá a mim, que depois de muito que eu já estiver partido deste mundo de expiação, ela ainda estará por aqui militando pelo que é certo é justo, influenciando positivamente as pessoas.
Pois Greta e outros, com um brasileiro junto, foram de barco levar comida para os palestinos em Gaza, num ato simbólico, político e militante que gerou o efeito desejado. O que está ocorrendo lá é uma barbaridade indefensável. Não se pode justificar nossa sanha homicida erguendo os ossos de nossos mortos, num ato de vingança desmedida que passou de todos os limites. Não precisamos ser contra o Estado de Israel pra defender o Estado Palestino: podemos defender ambos. Não precisamos silenciar sobre a barbárie criminosa do Hamas para sermos contra a barbárie criminosa da extrema-direita israelense. Greta demonstra ter esclarecimento sobre essas coisas e, mais do que isso, a determinação de agir a respeito, mesmo sendo uma garota sueca. É, assim, um ser humano em sua plenitude, próxima do amor ágape, próxima do que Jesus disse no Novo Testamento.
O fato da embarcação de Greta ter sido detida em águas internacionais revela a natureza do regime de extrema-direita ora no poder em Israel e manda um recado claro: não há limites pra quem extrapola todos os limites, não há o que detenha sua sanha, não há o que tal poder respeite. Isso é óbvio, pois quem pratica o assassinato militar de mulheres e crianças não se deteria num detalhe como o direito internacional em águas marítimas internacionais. Esse é, portanto, um recado para o mundo. Entretanto, Israel não é isso. Não tomemos a parte, mesmo que hoje hegemônica, como o todo. Isso é importante, a fim de não nos tornarmos intolerantes em relação aos israelenses. Da mesma forma, não tomemos, julguemos e executemos os palestinos pelo Hamas. Quem julga pelo coletivo é tolo; os julgamentos terrenos devem ser pelo individual e, mesmo assim, devemos ter em mente que seremos julgados espiritualmente por isso. É a Palavra.
Creio que pequena moça sueca Greta, esse grande ser humano, ainda estará por aqui quando, daqui meio século, a extrema-direita israelense e o Hamas serão apenas uma mácula vergonhosa da história de Israel e da Palestina. Espero mesmo que seja assim. Obrigado pela benção que é Greta, Senhor. Que assim seja. Amém.
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