Senado aprova PEC que torna feminicídio e estupro crimes imprescritíveis
Com a medida, agressores poderão ser punidos mesmo anos após o delito. Texto segue para avaliação da Câmara dos Deputados
O Senado aprovou nesta quarta-feira (6/11) a proposta de emenda à Constituição (PEC) que modifica o Artigo 5° da Constituição e torna os crimes de feminicídio e estupro imprescritíveis e inafiançáveis.
Atualmente, a imprescritibilidade é prevista para crimes de racismo e a ação de
grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado.
A aprovação foi unânime, com 58 votos favoráveis em primeiro turno e 60 votos
favoráveis em segundo turno, quando o quórum foi ligeiramente maior. Por ter
sido originada no Senado, a PEC segue para análise da Câmara dos Deputados.
Pela lei brasileira, é considerado feminicídio o crime cometido contra
mulheres, motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero.
Atualmente seu tempo de prescrição varia de acordo com o tempo da pena, que é
diferente em cada caso.
A proposta, de autoria da senadora Rose de Freitas (Podemos-ES), recebeu
parecer favorável do relator, Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
- É urgente. As mulheres continuam sendo vitimadas e, ao colocar na
Constituição que o feminicídio será crime imprescritível, estamos garantindo o
recado para o agressor. Este crime não será esquecido, a vítima não será
abandonada, e o Estado brasileiro tomará as providências adequadas - disse
Vieira.
Inicialmente, a proposta tratava apenas dos casos de feminicídio,
tendo sido ampliada para crimes de estupro por sugestão da presidente da
Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS).
O texto, que começou a ser discutido pelo plenário na terça-feira, teve a
análise facilitada após acordo entre os líderes, que permitiu a dispensa dos prazos
de discussão e garantiu a votação em primeiro e segundo turno no mesmo dia.
- Estamos lutando por essa PEC. Não é a luta de um dia, mas a luta de um país.
É o clamor das mulheres do país que está nas mãos dos senhores - disse Rose de
Freitas.
Kátia Abreu (PDT-TO) destacou o caráter inafiançável do crime.
- Pegam a fragilidade física das mulheres e fazem com que sejam espancadas até
a morte. Não vai adiantar arrumar dinheiro com parente rico para o assassino
sair da cadeia. O feminicídio será crime inafiançável. Não adianta a justiça
demorar para julgar, porque esse crime não vai vencer – disse.
As informações são da DW/Brasil
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