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São Jerônimo, RS,12/07/2025

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ARTIGO | Tiradentes: por que ele é o herói da Inconfidência?

Esse episódio histórico do Brasil, longe de ser visto apenas como mais um feriado prolongado, há de ser um momento de reflexão sobre a importância da conquista da democracia

Reprodução / Internet
ARTIGO | Tiradentes: por que ele é o herói da Inconfidência? Tiradentes propicia um exemplo de luta pelos ideais dos mais nobres
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Gerson
Luiz Buczenko*

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A Inconfidência
Mineira foi o movimento de rebeldia mais importante do Brasil. A afirmação não é
minha, mas de Boris Fausto, historiador e membro da Academia Brasileira de
Ciências, em sua obra 
História
Concisa do Brasil
 (2012). O movimento foi eternizado em 21 de
abril como Dia de Tiradentes. Porém, mais do que um feriado prolongado, esse é
um momento de reflexão sobre a conquista da democracia, hoje estabelecida em
nosso país.


Para isso, vale lembrar um pouco de sua história. A Inconfidência iniciou-se em
1750, quando a produção de ouro na sociedade mineira entrou em declínio. Mesmo
com a situação econômica desfavorável, a Coroa portuguesa continuou cobrando
impostos, o que desencadeou inquietações sociais e políticas.


Aqueles que resistiam aos ideais portugueses passaram a ser conhecidos como
inconfidentes. O grupo era formado por membros da elite colonial – mineradores,
fazendeiros, padres, funcionários, advogados de prestígio e uma alta patente
militar. Entre eles estava José Joaquim da Silva Xavier, uma exceção entre os
inconfidentes, pois ficou órfão e não recebeu heranças de seus pais.


Ele e seus irmãos tentaram trabalhar, sem sucesso, com comércio. Em 1775, José
Joaquim entrou para a carreira militar, no posto de alferes, correspondente ao
grau inicial do quadro de oficiais. Nas horas vagas exercia o ofício de
dentista, de onde surgiu o apelido um tanto depreciativo: Tiradentes.


A partir de 1782, com a mudança política em Minas Gerais, José Joaquim perdeu o
comando do destacamento militar que patrulhava a estratégica estrada da Serra
da Mantiqueira, porta de entrada para as minas. Em meio à tentativa de impedir
a cobrança de impostos atrasados por parte da Coroa portuguesa, chamada de
Derrama, os inconfidentes começaram a se preparar para o movimento de rebeldia
nos últimos meses de 1788.


Porém, em março de 1789, o visconde Barbacena suspendeu a Derrama e os
conspiradores passaram a ser denunciados e presos. Tiradentes recebeu uma
punição diferente. Enquanto os outros eram expulsos do país, após apelos de
clemência, ele foi enforcado na presença da tropa e da população, em meio a
discursos de aclamação à rainha de Portugal. Em seguida, seu corpo foi
desmembrado e sua cabeça foi exibida na praça principal da cidade de Ouro
Preto.


Sua figura foi esquecida pela monarquia como traidor da pátria portuguesa.
Apenas com o início da república brasileira, em 1889, com os marechais Deodoro
da Fonseca e Floriano Peixoto, Tiradentes foi elevado à condição de herói
brasileiro e figura hoje como patrono das polícias militares do Brasil.


Ao defender juntamente com os demais inconfidentes os ideais republicanos, inspirados
no modelo constitucional dos Estados Unidos, cumpriu de forma exemplar a pena
dada aos traidores dos ideais da monarquia portuguesa. Ao assumir a culpa pelos
supostos crimes cometidos, Tiradentes propicia um exemplo de luta pelos ideais
dos mais nobres, como é caso da defesa de uma república constitucional perante
uma monarquia absolutista.


Enfatiza-se ainda a questão de que o alferes, advindo de família sem muitas
posses, não possuía à época de seu julgamento quem olvidasse sua clemência
junto à Coroa portuguesa. Como militar e preso a juramentos de fidelidade
perante a Coroa portuguesa, a sentença de traição lhe foi atribuída de forma
raciocinada.


Assim, esse episódio histórico do Brasil, longe de ser visto apenas como mais
um feriado prolongado, há de ser um momento de reflexão sobre a importância da
conquista da democracia, hoje consolidada em nosso país. E esse feito se deu
graças a heróis como Tiradentes que, segundo Boris Fausto, é “cultuado como
mártir não só pela direita e pela esquerda, como pelo povo da rua”.




* Gerson é Historiador, Pedagogo e Professor de Direitos Humanos e Cidadania no
Centro Universitário Internacional Uninter.



 



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