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São Jerônimo, RS,12/07/2025

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Para especialistas, assoreamento não foi decisivo para recentes inundações no Estado

Conclusões de análises de pesquisadores de diferentes órgãos também destacam que dragagens não representam solução única

Reprodução
Para especialistas, assoreamento não foi decisivo para recentes inundações no Estado Conclusões de análises técnicas apontam que o assoreamento não foi decisivo para as cheias recentes no Guaíba, no Delta do Jacuí e no Rio Taquari
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Conclusões de análises técnicas apontam que o assoreamento não foi decisivo para as cheias recentes no Guaíba, no Delta do Jacuí e no Rio Taquari. Os estudos, que foram apresentados durante a reunião do Conselho e do Comitê Científico do Plano Rio Grande na manhã desta quinta-feira (10/7), evidenciam também que dragagens são eficazes para mitigar inundações apenas em casos específicos, mas não representam solução única e devem integrar um planejamento abrangente de gestão de riscos. 

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O consenso decorre de notas produzidas pelo Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática do Plano Rio Grande (CCARC), do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Ufrgs (IPH), do Programa de Gestão Ambiental do Porto de Porto Alegre (PGA-POA), da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRHidro) e da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes).

Estudos

O estudo do PGA-Portos debruçou-se sobre o comportamento das cheias de 2023, 2024 e 2025 no Delta do Jacuí e no Guaíba. A conclusão é de que “não foi detectada alteração significativa na resposta do Guaíba às chuvas nos últimos anos. Até o momento, não há evidências de que um assoreamento generalizado no Guaíba ou em rios como o Jacuí e o Taquari tenha provocado elevação adicional nos níveis de cheia.”

Na mesma direção, a nota técnica produzida pelo IPH destaca que é possível “refutar a hipótese de que o assoreamento tenha causado ou intensificado as inundações durante a cheia de maio de 2024 nas cidades de Lajeado, Estrela e Cruzeiro do Sul. Assim, pode-se concluir que a cheia de 2024 não foi causada ou intensificada por um processo generalizado de assoreamento do leito do rio Taquari.”

Já o material elaborado pelo Comitê Científico indica que a dragagem é uma estratégia “viável e eficaz em pequenos cursos d’água urbanos para reduzir extravasamentos; essencial em canais de navegação; mas complexa e limitada em grandes rios e no Lago Guaíba, onde exigiria remoção de volumes imensos de sedimentos a custos elevados, com benefício mínimo e reassoreamento rápido.”

A ABRHidro faz apontamento semelhante no documento “Dragagens e Desassoreamento: uma reflexão”, no qual afirma que tal ação costuma ser positiva em rios e córregos de pequeno porte. Já para cursos d'água de grande porte, “só deve ser considerada após estudos detalhados que incluam caracterização das seções transversais do rio; levantamento batimétrico completo da área de interesse; estudos de modelagem hidrodinâmica para compreensão dos processos físicos; avaliação dos impactos ambientais e socioeconômicos; análise de custos e benefícios em comparação com outras medidas estruturais e não estruturais de redução de riscos, e planejamento de longo prazo para a gestão e manutenção.”

Nota da Abes tem conclusões similares: “em sistemas com áreas superficiais extensas (...) como o Lago Guaíba, intervenções de dragagem devem ser avaliadas com cuidado ainda maior. A dinâmica de circulação de água nesses ambientes pode limitar significativamente os ganhos que ações de dragagem possam promover para a melhoria do escoamento, enquanto os riscos de desequilíbrio ambiental são mais elevados”.     

Plano Rio Grande

Para a secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia e coordenadora do Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática, Simone Stülp, os estudos demonstram que o governo do Estado, por meio do Plano Rio Grande, está no caminho certo.

— Criamos a estratégia de integrar um comitê científico para que tenhamos a ciência como aliada em nossas decisões. Estamos lidando com mudanças complexas e contínuas que demandam ações planejadas e tecnicamente embasadas  — ressalta. 

Liderado pelo governador Eduardo Leite, o Plano Rio Grande é um programa de Estado criado para reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro.


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