Audiência pública discute serviços da Corsan em Charqueadas
Atendendo requerimento da bancada do PT, Corsan e Agergs ouviram relatos da comunidade

Na quarta-feira (7/05), o plenário da Câmara Municipal de Vereadores de Charqueadas realizou audiência pública com representantes da Corsan/Aegea e da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) para discutir os constantes problemas no fornecimento de água na cidade.
Mais de 50 usuários estiveram presentes para relatar sua indignação e ouvir as explicações sobre as falhas ocorridas em janeiro — quando moradores chegaram a ficar até 72 horas sem água — e os investimentos prometidos para melhorar a rede de distribuição.
Um dos pontos mais críticos é a situação da Vila dos Porto e arredores, onde a falta de pressão nas torneiras é um problema antigo e ainda sem solução definitiva.
Também esteve na pauta a urgência da implantação da rede de esgoto, como previsto no Novo Marco do Saneamento. Segundo a empresa, até julho será apresentado um plano, com a meta de alcançar 35% de cobertura até 2028, conforme contrato.
— A luta por um serviço digno e eficiente continua. Estaremos lado a lado com o povo, cobrando melhorias e respeito à população de Charqueadas. O acesso à água e saneamento é um direito, não um privilégio — destaca a vereadora Paula Ynajá, autora do requerimento de audiência junto com os demais integrantes da bancada do Partido do Trabalhadores (PT), Patrick Vieira e Rose Souza.
Integrantes das áreas de serviços, operações, comercial, jurídico e institucional e o gestor local da Corsan responderam as questões apresentadas pela comunidade.
— É fundamental ouvirmos diretamente da população quais são suas impressões sobre os serviços prestados pela Corsan, bem como suas solicitações. Assim, é possível prestar um serviço mais efetivo — explicou o gestor institucional da Companhia, Márcio Galarça.
Na semana passada, a Corsan informou que iniciou a execução do plano de saneamento no Estado. O objetivo é ampliar a cobertura do esgotamento sanitário, que no Rio Grande do Sul é de 35 %, para 90% das residências até 2033, cumprindo a meta determinada pela lei do Marco Legal do Saneamento.
Hoje, na região atendida pela companhia, esse índice é de 24%, um aumento de 41% comparado aos 17% apontados em julho de 2023, quando a Aegea assumiu a gestão da Corsan. Até dezembro de 2024, foram construídos 278 mil metros de rede coletora de esgoto e até o final deste ano a expectativa é de entregar outros 700 mil metros, beneficiando mais de 200 mil pessoas.
Conforme a diretora-presidente da Corsan, Samanta Takimi, a universalização do esgotamento sanitário em centenas de municípios gaúchos é um desafio grandioso para a companhia.
— O que estamos fazendo no Rio Grande do Sul não é somente o maior plano de investimento, é um movimento de transformação — destaca.
E para isso serão necessárias obras em larga escala, em cidades que não foram planejadas para receber saneamento.
— As intervenções poderão causar alguns transtornos temporários que serão revertidos em benefícios permanentes como mais saúde e qualidade de vida para essa e às próximas gerações — conclui.
Os resultados esperados justificam o esforço: a expansão do saneamento contribui para a redução de doenças como diarreia, melhora a frequência escolar das crianças, diminui afastamentos no trabalho e valoriza os imóveis conectados à rede de esgoto.
Investimentos de R$ 15 bilhões até 2033
Os investimentos da Corsan para a universalização do saneamento chegarão a R$ 15 bilhões, contemplando a expansão de todo o sistema de esgotamento nos 317 municípios atendidos pela empresa. Até 2033 serão implantados 18 mil quilômetros de redes coletoras, construídas mais de 3,1 mil estações elevatórias e 331estações de tratamento de esgoto.
A expectativa é de que mais de 1,5 milhão de residências possam ser conectadas ao sistema. Além de todos os benefícios sociais e econômicos, a adesão dos moradores representa um impacto direto na natureza com as mais de 58,9 mil piscinas olímpicas de esgoto que serão devolvidos em condições ao meio ambiente.
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