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São Jerônimo, RS,01/06/2025

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Qualidade do carvão do Baixo Jacuí pode garantir usina em Charqueadas

Investimento de US$ 2 bilhões ainda esbarra na falta de política da União para o mineral e na busca por financiamento externo

Luiz Chaves/Palácio Piratini
Qualidade do carvão do Baixo Jacuí pode garantir usina em Charqueadas Sartori visitou usina termelétrica da Tepco
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Uma série de reuniões sobre a exploração sustentável do carvão e o aproveitamento da tecnologia japonesa no Rio Grande do Sul marcou o primeiro dia de trabalho do governador José Ivo Sartori em Tóquio, no Japão. Após visitar a Usina Hitachinaka Power Plant, Sartori reuniu-se com executivos da Copelmi Mineração e das empresas PWC Advisory LLC, Tokyo Electric Power Company Holdinfs (Tepco) e IHI Corporation. Há interesse e um estudo de viabilidade já concluído para construir uma usina térmica de carvão de alta eficiência, para geração de energia, no Rio Grande do Sul. O fator decisivo para esse empreendimento é a chamada tecnologia Ultra Super Crítica, que minimiza emissões atmosféricas poluentes e maximiza a energia gerada a partir da queima do carvão.

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Charqueadas em vantagem


 


O projeto da Usina Termelétrica do Baixo Jacuí - planta de 1.000 MW prevista para Charqueadas - foi o maior investimento em pauta nesta missão ao Japão. Estão previstos investimentos de US$ 2 bilhões.


A localização em Charqueadas é justificada pela qualidade do carvão. De acordo com o secretário estadual de Minas e Energia, Artur Lemos - um dos integrantes da comitiva -, foram feitos testes no Japão com o carvão gaúcho e o combustível fóssil da região do Baixo Jacuí foi aprovado para o uso da tecnologia. Já o carvão da região de Candiota testado pela Tepco foi diagnosticado como inadequado pela quantidade de cinzas e enxofre e precisaria passar por um beneficiamento para poder emitir menos gases e ter um bom rendimento energético, o que inviabilizaria a empreitada e coloca a região Carbonífera em vantagem.


Em todas as agendas, Sartori e Lemos reforçaram que apostam na recuperação do carvão gaúcho e o exemplo mundial dos japoneses na exploração de forma sustentável deve ser seguido. Para o governador, não se faz qualquer projeção sobre o carvão sem rigoroso cuidado ambiental.


- Existe forte articulação entre os governos gaúcho e japonês no sentido de compartilhar tecnologias e proteger o meio ambiente. Vamos receber ainda neste mês de junho o Ministro de Minas e Energia, em Porto Alegre, para tratar sobre a questão do Polo Carboquímico - informou Sartori, com a expectativa de que a União forme um grupo de trabalho para encaminhar o tema.


 


Última chance


 


Essa pode ser a última chance de o carvão gaúcho ser aproveitado em usina térmica tradicional. O governo federal tem cortado incentivos ao carvão - o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deixou de financiar projetos com esse combustível fóssil. Não há previsão de novos leilões e as atuais usinas gaúchas a carvão estão sendo fechadas. Outros investimentos na geração de energia com a queima do carvão, como uma segunda fase da Pampa Sul e o projeto Ouro Negro, ainda dependem de leilões para os quais não há previsão.


O movimento internacional pela redução das emissões atmosféricas para combater o aquecimento global vai na mesma linha, buscando incentivar o uso de energias renováveis, em detrimento dos combustíveis fósseis. Só uma melhora ambiental significativa pode dar uma sobrevida ao carvão no Rio Grande do Sul. O governo espera que os japoneses financiem, pelo menos, parte da iniciativa.


Segundo Lemos, a primeira sinalização do Ministério de Minas e Energia foi no sentido de criar um grupo de trabalho para acelerar o passo num programa de modernização do parque termelétrico existente. Ele relata que um dos três pilares para que o projeto saia do papel está concluído, que é a intenção da Tepco de contar com uma usina termelétrica no RS. Os outros dois passos, ainda sem definição, são a disposição do Governo Federal em lançar leilões de energia elétrica a partir de carvão mineral e investidores dispostos a financiar o empreendimento.


O diretor de novos negócios da Copelmi, Roberto Faria, que se uniu à comitiva gaúcha no Japão, tem interesse na Usina do Baixo Jacuí como fornecedora do carvão. Parceiro do projeto da Tepco, ele acompanha de perto as negociações e avalia que é possível ter investimentos 100% estrangeiros no financiamento de US$ 2 bilhões para a megausina, desde que haja segurança de que novos leilões de energia a carvão virão, além da vinculação dos contratos ao dólar.


 


Polo Carboquímico


 


 


Outra informação importante na área é a intenção do governo do Estado de enviar, em julho, o projeto de lei do Polo Carboquímico no Rio Grande do Sul, que alavancará a produção de gás e fertilizantes a partir do carvão. O texto é pré-requisito para o investimento de mais de US$ 1,5 bilhão sair do papel. Copelmi e a sul-coreana Posco já estão trabalhando para tirar do papel a gaseificação do carvão gaúcho, também na região do Baixo Jacuí. 

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