Programa do MEC abrirá 1,5 milhão de vagas em educação profissional
Com o programa Novos Caminhos, lançado hoje, as atuais 1,9 milhão de vagas passarão para 3,4 milhões em todo o país

de vagas em educação profissional e tecnológica até 2023. O aumento das vagas
faz parte do programa Novos Caminhos, lançado nesta terça-feira (8/10). Com o
programa, as atuais 1,9 milhão de vagas passarão para 3,4 milhões em todo o
país, representando um aumento de 80%. O ministro da Educação, Abraham
Weintraub, assinou quatro portarias para dar andamento ao programa.
Segundo o ministro, o objetivo é acabar com preconceitos em relação a cursos
técnicos e melhorar a qualificação dos profissionais.
- Um curso técnico bom permite ao jovem ter renda superior a alguém formado em
curso superior, que não tem foco na realidade – disse.
Essas vagas deverão ser ofertadas tanto no ensino médio quanto para jovens e
adultos que já estão fora da escola. A pasta pretende também articular a oferta
dos cursos com a demanda do mercado de trabalho.
- A educação tem que estar voltada para o mercado de trabalho, não pode dar as
costas e ignorar as demandas do setor produtivo - disse o secretário de
Educação Profissional e Tecnológica, Ariosto Antunes Culau.
O programa prevê uma série de ações, que incluem mudanças na regulação da
oferta de cursos técnicos, formação de professores e ampliação de cursos
profissionais e técnicos. O novo programa se baseia em três eixos: Gestão e
Resultados; Articulação e Fortalecimento, e Inovação e Empreendedorismo.
FORMAÇÃO DE PROFESSORES
A meta da pasta, além da abertura de novas vagas para estudantes é preparar 40
mil professores da rede pública até 2022 com aulas sobre atualização
tecnológica, técnicas pedagógicas voltadas para a educação profissional,
empreendedorismo e orientação vocacional e profissional. Serão abertas também
21 mil vagas para formação de professores de ciências e de matemática.
Deverão ainda ser reconhecidos mais de 11 mil diplomas de pessoas que
concluíram a formação técnica na rede privada de ensino superior desde 2016,
mas não tinham chancela da pasta por conta da ausência de ordenamento jurídico.
PESQUISA APLICADA
O MEC pretende criar um escritório que atuará na articulação entre os setores
público e privado. Esse escritório deverá estimular a pesquisa aplicada, a
inovação e a iniciação tecnológica. Serão lançados editais para estudantes,
professores e pesquisadores com investimento total de R$ 60 milhões até 2022.
Além disso, a pasta anunciou a criação de cinco polos de inovação nos
institutos federais voltados para empreendedorismo e pesquisas aplicadas.
CATÁLOGO DE CURSOS
A pasta vai atualizar o catálogo nacional de cursos técnicos, que orienta a
oferta em todo o país. O catálogo vigente, segundo o MEC, foi atualizado em
2014, com base no cenário do Brasil em 2013.
- Vamos fazer a identificação dos conhecimentos e habilidades, das novas
profissões, que devem ser incorporadas ao catálogo - disse o secretário Culau.
Para a atualização, o setor produtivo deverá ser procurado para expor a atual
demanda. A pasta pretende também consolidar um novo marco regulatório para a
oferta de cursos técnicos por instituições privadas de ensino superior.
PARCERIA COM ESTADOS
Em parceria com os estados, a intenção é ofertar, até 2022, 2 mil vagas de
mestrado profissional em redes estaduais.
Mais de 100 mil vagas voltadas para a qualificação profissional deverão ser
ofertadas com recursos do Bolsa Formação, que estão, de acordo com o MEC, nas
contas dos estados e do Distrito Federal. Para isso, serão repactuados R$ 550
milhões. Os entes federados poderão buscar parcerias com o Sistema S e com a
rede federal.
CENÁRIO INTERNACIONAL
De acordo com dados apresentados pelo MEC, o Brasil está distante da oferta de
educação profissional e técnica de outros países. Enquanto no Brasil a oferta
de ensino técnico chega a 8% das matrículas de ensino médio, no Reino Unido
esse percentual é de 63%; na União Europeia, 48%; e, no Chile, 31%.
COMENTÁRIOS