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São Jerônimo, RS,29/04/2025

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Bioma Pampa possibilita integrar produção pecuária e conservação ambiental

Recursos garantirão maior precisão na avaliação dos impactos e no acompanhamento da regeneração das áreas degradadas em propriedades de pequeno porte

Emater-RS / Divulgação
Bioma Pampa possibilita integrar produção pecuária e conservação ambiental Coleta de sementes de campo nativo, Leonardo Alonso Guimarães, extensionista da Emater/RS-Ascar em Santana do Livramento
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Conciliar valorização da cultura com geração de renda, segurança alimentar, conservação da biodiversidade e proteção dos recursos naturais. Com essa proposta, a Emater/RS-Ascar tem desempenhado um papel estratégico na conservação e restauração dos campos nativos do Bioma Pampa, em especial junto à pecuária familiar e aos demais povos e comunidades tradicionais que habitam o Bioma e que mantêm modos de vida enraizados no uso sustentável do campo.

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A pecuária familiar está entre os principais públicos atendidos pela Emater/RS-Ascar e representa importante forma de ocupação e manejo dos campos sulinos, onde predomina o campo nativo como base forrageira. Esse modelo produtivo, quando manejado com boas práticas, possibilita a restauração ecológica, o manejo conservacionista e o fortalecimento da pecuária de base familiar.

Dessa forma, a Emater/RS-Ascar desenvolve projetos de conservação e de recuperação ambiental. Atualmente, o Projeto Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) na Restauração dos Campos Sulinos objetiva restaurar 600 hectares de formações campestres degradadas nos biomas Pampa e Mata Atlântica. Esse projeto é financiado pela CPFL Transmissão, com apoio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema/RS).

Manejo sustentável

Em fase de implantação, o Projeto Aters na Restauração dos Campos Sulinos prevê a instalação de 27 Unidades de Referência (URs) em propriedades rurais de 19 municípios do RS, onde serão aplicadas práticas de manejo sustentável, como pastoreio rotativo, controle de espécies invasoras, introdução de espécies nativas, diferimento de áreas, entre outras ações adaptadas à realidade de cada local.

— Um dos diferenciais do projeto é o forte investimento na capacitação técnica das equipes da Emater — cita Thaís Michel, médica veterinária e responsável técnica da Emater/RS-Ascar pelos projetos desenvolvidos no Bioma, ao antecipar que os extensionistas estão sendo preparados para aplicar metodologias específicas de restauração ecológica e utilizar tecnologias inovadoras, como drones multiespectrais, geoprocessamento e monitoramento de indicadores socioambientais e produtivos.

Esses recursos garantirão maior precisão na avaliação dos impactos e no acompanhamento da regeneração das áreas degradadas em propriedades de pequeno porte.

— As URs servirão como modelos demonstrativos de restauração e integração entre produção pecuária e conservação ambiental, incentivando a adoção de práticas sustentáveis por outras famílias e comunidades — diz.

A proposta do Projeto Aters na Restauração dos Campos Sulinos está alinhada a diversas políticas públicas estaduais e federais, como o Plano ABC+, o Programa Campos do Sul, o Programa de Controle de Espécies Exóticas Invasoras e a Década da Restauração da ONU (2021-2030). Com previsão de 36 meses de execução, o projeto busca restaurar áreas degradadas, fortalecer a permanência das famílias no campo, aumentar a resiliência frente às mudanças climáticas e ampliar a sustentabilidade da produção agropecuária no RS.

Beneficiamento de sementes nativas

Ainda no Bioma Pampa, em Santana do Livramento, será instalada neste ano a primeira Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS) de espécies nativas. De acordo com o agrônomo e extensionista da Emater/RS-Ascar de Santana do Livramento, Leonardo Alonso Guimarães, esta será a primeira UBS de sementes nativas de todo o Pampa gaúcho, “um marco para a conservação desse importante ecossistema”, afirma.

A restauração do campo nativo iniciou nos últimos meses com a coleta de sementes junto à Área de Proteção Ambiental (APA) do Ibirapuitã, pelo pecuarista familiar Anderson Bayon, e foi acompanhada por Guimarães, assim como o lançamento de um “entrevero” (mistura) de sementes nativas em área que recebeu controle químico seletivo para diminuir a população da invasora capim-annoni. Esse projeto de recuperação do campo do Pampa com sementes nativas é desenvolvido pelo extensionista Guimarães em parceria com a professora e pesquisadora Biane de Castro, da Uergs Livramento, que também coordena o projeto de instalação da UBS pioneira no Estado com a Eletrosul.

Importante ressaltar que, dos seis biomas brasileiros, o Pampa é o que perde de forma mais acelerada sua área e a vegetação nativa. 

— São urgentes o reconhecimento pela população sobre essas riquezas, sua conservação, seu uso sustentável e sua restauração — defende Guimarães, ao observar que o Pampa ocupa 2,3% do território nacional e detém ao menos 9% da biodiversidade brasileira.

Alerta: diversidade ameaçada

Thaís e Guimarães, ao lado de outros extensionistas da Emater/RS-Ascar do Escritório Central e dos regionais de Bagé e Pelotas participaram da 13ª edição do Fórum Internacional de Meio Ambiente (Fima 2025), promovido pela Associação Riograndense de Imprensa (ARI) e realizado no Memorial do RS, em Porto Alegre, no final de março. O tema foi Bioma Pampa: Clima, Conservação e Atividades Econômicas.

Durante o evento foram ressaltados a diversidade e o papel sociocultural do Pampa, e citados outros importantes programas desenvolvidos por universidades e ONGs, pela Sema, Ibama e pelo Campos do Sul, numa parceria com o projeto Alianza Del Pastizal, que engloba os países do Uruguai e Argentina.

—  É preciso ouvir a população que mora e conhecer suas culturas, seus saberes e combinar com o que a ciência vem desenvolvendo, avaliando e definindo estratégias para garantir a continuidade das atividades econômicas e sociais — anunciou o presidente da Assembleia Legislativa do RS, deputado Pepe Vargas, na abertura do Fima.

Ele também ressaltou que é preciso discutir a flexibilização da legislação ambiental no Estado e defendeu focar na preservação das Áreas de Preservação Permanente (APPs), inclusive depois das catástrofes ambientais ocorridas.

— Precisamos de programas consistentes para apoiar a conservação — disse o deputado, ao citar que o Fórum Democrático da ALRS elegeu para este ano o tema da Sustentabilidade. — Governo e academia devem levar para a sociedade a temática das mudanças climáticas. Não dá pra fazer de conta que tá tudo bem — salientou Vargas.

Ao final dos trabalhos do 13º Fima, a diretoria da ARI leu a Carta do 13º Fima, que apela aos administradores públicos que as decisões sejam realizadas com base na ciência e propõe a criação de um “lugar” onde todos os segmentos da sociedade, incluindo a diversidade de povos que vivem no Bioma Pampa, possam conversar sobre a conservação e as diversas formas de valorização.


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