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São Jerônimo, RS, 14/12/2024

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Autor de atentado em Brasília foi candidato pelo PL em Santa Catarina

Bolsonaristas falam em 'enterro da anistia' após explosões na praça dos Três Poderes

Bruno Peres / Agência Brasil
Autor de atentado em Brasília foi candidato pelo PL em Santa Catarina Autor do atentado morreu em frente ao STF
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O atentado ocorrido na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na noite desta quarta-feira (13), revelou uma série de conexões e provocações que ecoam no cenário político atual, especialmente no âmbito da direita brasileira. O responsável pelo ataque, identificado como Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, foi candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em Rio do Sul, Santa Catarina, nas eleições municipais de 2020. A explosão do carro que portava artefatos explosivos em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) gerou não apenas uma mobilização imediata das autoridades, mas também repercussões políticas que envolvem a polarização no país.

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O Ataque e as Investigações

As explosões, ouvidas no STF e no Palácio do Planalto, ocorreram por volta das 19h30 e resultaram em uma morte, ainda não confirmada oficialmente, mas identificada pela família como sendo de Francisco Wanderley Luiz, conhecido como "Tiu França". O veículo que explodiu foi ligado a Luiz, e a Polícia Federal (PF) já iniciou um inquérito para investigar os detalhes do ataque, incluindo os artefatos explosivos encontrados no carro e a dinâmica do incidente.

A explosão foi precedida de uma publicação nas redes sociais de Luiz, que atacou o STF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e líderes do Congresso, enquanto compartilhava teorias conspiratórias típicas da extrema-direita, como o movimento QAnon. A Polícia Civil do Distrito Federal também está investigando o caso e coletando vestígios no local para determinar a origem e o tipo de explosivo utilizado.

A Reação Política e a Anistia

O incidente, além de suas implicações de segurança, gerou um intenso debate no meio político. Deputados bolsonaristas, em mensagens enviadas em grupos de WhatsApp, sugeriram que as explosões comprometeriam o andamento do projeto de anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro. O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) foi um dos que expressaram essa preocupação, afirmando que a ligação do atentado com um ex-candidato do PL tornaria a proposta de anistia "insustentável".

Outro integrante da bancada bolsonarista, o deputado Capitão Alden (PL-BA), também reagiu de forma semelhante, destacando que a tragédia provavelmente encerraria qualquer possibilidade de aprovação da anistia, o que era uma das pautas defendidas por aliados de Jair Bolsonaro.

Em conversas no grupo, o deputado Eli Borges (PL-TO) foi mais ácido, sugerindo que o ataque poderia ser usado por seus adversários políticos como prova de que os eventos de 8 de janeiro eram necessários para contestar a democracia, num claro ataque ao STF e seus ministros, que têm sido alvo constante de críticas da extrema-direita.

O Contexto e as Possíveis Consequências

O atentado ocorre em um momento tenso da política brasileira, onde a proposta de anistia ainda está sendo discutida na Câmara dos Deputados. Recentemente, a proposta foi retirada da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa e transferida para análise de uma comissão especial. No entanto, a proposta enfrenta resistência tanto de opositores quanto dentro da própria base bolsonarista, especialmente após os eventos de 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram os prédios do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.

A ideia de conceder anistia aos envolvidos nas manifestações golpistas, que protestavam contra a vitória de Lula nas eleições de 2022, ainda é uma questão polêmica. O ex-presidente Jair Bolsonaro, que também havia mencionado a possibilidade de anistiar os participantes dos atos de janeiro, não se pronunciou diretamente sobre o ataque em Brasília, mas já havia declarado, em uma entrevista recente, que sua visão sobre a anistia era um “prazo certo” para que as decisões fossem tomadas.

Investigação e Repercussões

A Polícia Federal está conduzindo uma investigação detalhada sobre o caso, incluindo a reconstituição do cenário do atentado, de forma semelhante ao que foi feito na apuração dos ataques de 8 de janeiro. Peritos criminais estão sendo mobilizados para coletar e analisar vestígios que possam esclarecer as circunstâncias do ataque e a possível participação de mais indivíduos. A PF também buscará entender como Luiz conseguiu acesso a Brasília, se estava acompanhado e quem poderia ter facilitado sua ação.

Enquanto as investigações continuam, a situação continua a provocar reações intensas. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, classificou o incidente como um “atentado grave” e afirmou que as autoridades de segurança farão a apuração de forma rigorosa. No entanto, ele minimizou a possibilidade de que o caso seja um indício de novas ameaças à democracia, ressaltando que as instituições brasileiras estão preparadas para responder de maneira eficaz a qualquer tipo de violência política.

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) também realizou varreduras de segurança ao redor do Palácio do Planalto e do STF, sem encontrar outras ameaças imediatas. No entanto, o clima de tensão persiste, com a segurança sendo reforçada em diversos pontos da capital federal.

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