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São Jerônimo, RS,12/07/2025

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João Adolfo Guerreiro

JOÃO GUERREIRO |A igreja de Santo Amaro é mesmo a quarta mais antiga do RS?

Ou a de Triunfo ocupa essa posição?

Arquivo Pessoal
JOÃO GUERREIRO |A igreja de Santo Amaro é mesmo a quarta mais antiga do RS? A igreja de Santo Amaro é mesmo a quarta mais antiga do RS?

João Adolfo Guerreiro 

Assisti um vídeo recente e muito bom no You Tube, produzido em Venâncio Aires, o documentário Conheça Santo Amaro: a vila gaúcha que tem mais de 270 anos, onde lá pelas tantas a locutora fala que a Igreja de Santo Amaro (imagem acima) é a quarta mais antiga do Rio Grande do Sul. Às vezes ouço essa informação por aí, mas não sei se ela realmente procede.

Por esses dias, enquanto estava no Salão Paroquial ao lado da Igreja Cristo Rei em Charqueadas, aguardando para falar com o Padre Miguel Faleiro, peguei um livro ilustrado no armário de vidro, chamado Arquidiocese de Porto Alegre na Rota do Santuário de Fátima em Portugal (Caxias do Sul: Editora São Miguel, 2018, 199 p), de autoria da professora Iranélci Padilha, de Sapucaia do Sul. Nele, a Igreja de Santo Amaro Amaro consta como a 11º, enquanto que a de Triunfo é, ali, considerado o quarto mais antigo templo católico gaúcho.

Segundo o livro, essa seria a ordem: 1 Rio Grande (1737), 2 Nossa senhora dos Anjos - Gravataí (1738), 3 Viamão (1747), 4 Bom Jesus do Triunfo (1754), 5 Santo Antônio da Guarda Velha - Sto Ant da Patrulha (1763), 6 Santo Angelo de Rio Pardo (1764), 7 São José do Taquari (1765), 8 Nossa Senhora das Oliveiras - Vacaria (1768), 9 Porto Alegre - São Francisco do Porto dos casais, atual Nossa Senhora Mãe de Deus (1772), 10 São Luís da França de Mostardas (1773) e, finalmente, Santo Amaro (1773). Padilha, entretanto, não cita a fonte na bibliografia de seu livro.

Conversando a respeito com o professor e estudioso de General Câmara, Josinei Ricardo Azeredo (que inclusive me enviou o vídeo e mantém o blog blog Memória e Cultura de General Câmara), esse me encaminhou um texto de sua autoria sobre o assunto - onde destaca a necessidade de se construir um núcleo de estudos e pesquisas na região - que reproduzirei abaixo (as palavras em CAIXA ALTA são do autor):

 "Estamos diante de um tema que nos exige PESQUISA. 'Toco' num assunto de grande complexidade: as igrejas (católicas) mais antigas do RS.

O título acima não tem o caráter de contestação e sim de reflexão daquilo que estamos 'acostumados' ouvir muitas vezes. Estive conversando com um dos maiores especialistas neste assunto e percebi que se trata de algo muito mais complexo do que parece ser. Como faço essa conta para saber se uma é mais antiga que a outra? Data de construção? De inauguração? Pedra fundamental? Criação da Freguesia? Será que houve ritos religiosos antes de ter igreja?

Após a escrita deste texto, seria muito pertinente criar um Núcleo de Pesquisas para preservar nossos cabedais arquivísticos, dirimir tais dúvidas e desvendar fatos vivenciados do século XVIII.

Não acham?

Em relação a pergunta acima, para evitar incoerências e imprecisões é preferível dizer: -Santo Amaro tem uma das mais antigas igrejas do Estado do Rio Grande do Sul, uma das poucas criadas no século XVIII. Ao todo foram 16 paróquias criadas no século mencionado, sendo que 2 não existem mais: Nossa Senhora da Conceição do Estreito (1761, em 1812 foi transferida para São José do Norte) e Santa Ana do Morro Grande das Lombas (1772; desativada em 1778).

As paróquias (não as igrejas) mais antigas são: Rio Grande (1737), Viamão (1747), Triunfo (1756), São Francisco de Paula (1756) e Rio Pardo (1762). Conceição Do Estreito (1761) não existe mais. São Borja nunca deixou de ser paróquia. Neste caso, seria a mais antiga do RS, mas na época São Borja pertencia à Espanha.

Temos ainda Santo Antônio da Patrulha 1763, Taquari 1765, Vacaria 1768. E por aí vai.

VIRAM QUE NÃO É BEM ASSIM?

Neste caso específico, a data que temos como oficial é 1773 (Freguesia de Santo Amaro). Poderia ter religiosidade anterior a esta data? Naturalmente. Porto Alegre (Porto dos Casais 1772) Gravataí e outras. Na mesma data de Santo Amaro aparece Mostardas e Osório.

Reitero, pois a necessidade de criarmos um Núcleo de Pesquisas! Ou será que só cidade grande pode ter isso? Avante! Somos o PATRIMÔNIO CULTURAL DO SUL DO BRASIL!"

 Realmente, Azeredo tem total razão, um núcleo de pesquisas aqui na região Carbonífera é algo necessário, que seria muito produtivo a fim de investigarmos a história regional.




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