Portos RS intensifica dragagem de hidrovias gaúchas com investimento previsto de R$ 60 milhões em 2025
A execução dos trabalhos ocorre em fases, conforme os resultados de levantamentos batimétricos, que indicam os pontos mais críticos dos canais

A recuperação da navegação nos principais canais hidroviários do Rio Grande do Sul está entre as prioridades da Portos RS para este ano. Com previsão de investimento de R$ 60 milhões até o fim de 2025, a dragagem das hidrovias gaúchas está sendo viabilizada por recursos do Fundo Pacto pelo Rio Grande (Funrigs), que totaliza R$ 731,4 milhões. As informações são do Jornal do Comércio.
A execução dos trabalhos ocorre em fases, conforme os resultados de levantamentos batimétricos, que indicam os pontos mais críticos dos canais. A dragagem foi dividida por áreas de navegação, com cinco canais já em processo de recuperação – entre eles, Itapuã, Pedras Brancas, Feitoria, Leitão e Furadinho, especialmente afetados pelas cheias do ano anterior. A expectativa é iniciar ainda no segundo semestre a dragagem no canal de acesso ao Porto de Rio Grande, que sozinho deve absorver 60% do total de recursos destinados à dragagem.
As obras devem se estender até novembro, sendo interrompidas por exigências ambientais no estuário, com retomada prevista para março de 2026. A maior parte dos recursos será, portanto, utilizada no próximo ano. O objetivo é restaurar a capacidade original de navegação, como os 5,18 metros de profundidade na Lagoa dos Patos e os 15 metros no acesso ao Porto de Rio Grande, além de preparar a infraestrutura para a expansão da atividade hidroviária, diante do aumento de demanda de setores como o de celulose e o químico.
Além da dragagem, há uma parceria com a Marinha para melhoria da sinalização náutica na Lagoa dos Patos. A meta é eliminar a restrição à navegação noturna, que atualmente limita o fluxo hidroviário em oito horas por dia, impactando a competitividade logística dos portos gaúchos.
Porto Alegre entre os focos de recuperação
Enquanto o Porto de Rio Grande bateu recorde de movimentação no primeiro trimestre do ano com quase 10 milhões de toneladas, o Porto de Porto Alegre registrou queda de 81% no volume movimentado, reflexo direto dos impactos das inundações. Para reverter esse cenário, Portos RS prevê a aplicação de R$ 40 milhões na reestruturação da infraestrutura local.
A fase de projetos está em andamento e há esforços para atrair investimentos privados. Um exemplo é a área conhecida como POA26, próxima à Arena do Grêmio, que deve ser incluída novamente no leilão de julho promovido pela Antaq, após não atrair interessados na primeira tentativa. O objetivo é conseguir R$ 21,1 milhões em investimentos para um arrendamento de 10 anos voltado ao armazenamento e movimentação de granéis sólidos.
Novos arrendamentos e modernização tecnológica
Além de Porto Alegre, estão previstos novos arrendamentos em Rio Grande: as áreas RIG23 (atualmente operada pela Petrobras), RIG28 (para implantação de um novo terminal de líquidos) e RIG40 (voltada ao setor químico).
Fora os recursos do Funrigs, outros R$ 16 milhões estão sendo aplicados este ano em obras de melhoria estrutural e modernização, especialmente no Porto de Rio Grande. Entre as ações estão a pavimentação e sinalização da área portuária, iniciativas de descarbonização e adoção de tecnologias avançadas.
Destaca-se a implementação do sistema VTS (Vessel Traffic Service), que utiliza inteligência artificial para monitorar o tráfego de embarcações. Essa tecnologia permite identificar características detalhadas dos navios antes do acesso ao canal portuário, contribuindo para a segurança e sustentabilidade das operações.
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