IEE Assis Chateaubriand volta às aulas depois do ataque da última quarta-feira
Diversas ações buscam unir, dar apoio psicológico e mais segurança à comunidade escolar
Desde o fato ocorrido na última quarta-feira, onde um adolescente de 17 anos
atentou contra a vida de alunos do sétimo ano do Instituto Estadual de Educação
(IEE) Assis Chateaubriand, a Prefeitura de Charqueadas e o Governo do Estado se
empenham em minimizar os efeitos traumáticos relatados pelos envolvidos e seus
familiares.
A Prefeitura imediatamente colocou à disposição do Estado e das famílias uma
rede integrada entre as secretarias da Assistência Social, da Educação e da
Saúde, com profissionais da área da psicologia e do serviço social para atuarem
em sincronia com os profissionais disponibilizados pelo Governo do Estado. Desde
o primeiro dia, círculos de restauração e atendimentos estão ocorrendo,
individuais e coletivos, para alunos dos sexto e sétimo anos da escola, bem
como para seus familiares, professores e servidores.
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Além disso, cerca de 15 psicólogos da região trabalharão voluntariamente
durante todo o processo. O Conselho Regional de Psicologia, através da 7ª
Região, se colocou à disposição para ajudar em questões éticas e na cedência de
profissionais. Um professor pesquisador do Núcleo de Estudos sobre Intervenções
a Desastres e Catástrofes da PUC-RS também atua na instituição de ensino.
A Comissão Interna de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar (CIPAVE), coordenada
por Patrícia Sanchotene Pacheco, está presente na escola desde que foi
noticiado sobre o atentado. A coordenadora deu orientações para unir mais a
comunidade escolar e repensar a segurança no entorno do Instituto, realizou
trabalhos de intervenção pós-traumática com os professores, alunos e
colaboradores da instituição. Em seguida foram abordados temas de prevenção
para diminuir conflitos que podem vir a desencadear atos de violência ou
criminosos como o do dia 21.
De acordo com Patrícia Sanchotene, nesta segunda os alunos irão trabalhar as emoções.
- O objetivo, hoje, é que os alunos, pais e professores possam falar sobre suas
emoções. Para isso, depois de um culto ecumênico, os estudantes vão realizar
trabalhos para discutir o assunto com desenhos, frases e cartazes para
relembrarem coisas positivas da escola. Esse episódio não teve relação com a
escola diretamente, então que a gente possa, a partir da tragédia, desenvolver
aspectos de união e solidariedade entre os alunos - comenta.
A coordenadora ainda destaca que os valores e objetivos da escola, como cultura
de paz, respeito e a não violência serão debatidos com os estudantes em sala de
aula.
Em relação ao bullying e esse tipo de ataque, Patrícia destaca que
dentro das Cipave já são desenvolvidas atividades de prevenção nas instituições
de ensino, com comissões formadas pela comunidade escolar e parceiros. O Papo
de Responsa da Polícia Civil estará no Instituto Assis Chateaubriand nesta
manhã, após o lanche coletivo. Serão realizados circuitos restaurativos com
metodologias para debater sobre como os alunos se sentem nas escolas, em casa e
com foco na melhoria das relações entre as pessoas.
Crônicas & Artigos - João Adolfo Guerreiro - JOÃO ADOLFO GUERREIRO | Em algum lugar do passado recente