Pediatras alertam para os perigos do sarampo
Doença altamente contagiosa estava controlada no país até 2016

O Brasil voltou a registrar casos de sarampo e a
notícia preocupa médicos de todo país. De acordo com o infectologista da
Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Juarez Cunha, o surto registrado
nos estados de Roraima e Amazonas acendeu o sinal de alerta por tratar-se de
uma doença altamente contagiosa e muito séria, com grandes chances de complicações.
- Há risco de evolução para pneumonia, otite ou, em
casos mais graves, até provocar o óbito. O Brasil tinha certificado de
eliminação da doença em 2016, mas o sarampo voltou a circular pelos estados de
Roraima e Amazonas nos últimos anos. Na Europa, o surto já matou 22 pessoas. No
Rio Grande do Sul, temos o registro de uma criança pequena, que ainda não tinha
sido vacinada, e que contraiu a doença em viagem para lá – destaca.
A preocupação é com crianças e adultos que não tenham
tomado as duas doses da vacina. Nos pequenos, o período ideal para a primeira
dose é aos doze meses, enquanto a segunda, aos quinze meses. As vacinas
tríplice viral (sarampo rubeola e caxumba) e tetra viral (mesmas anteriores,
com complemento da varicela), que incluem a proteção contra o sarampo, estão
disponíveis na rede pública de saúde.
O primeiro sintoma da doença é a febre alta e com
duração de dois a três dias, com problemas respiratórios. Em muitos casos,
aparece quadro de conjuntivite. Logo que a febre baixa, aparecem manchas
vermelhas, chamadas de exantemas, no corpo.
- Quando os sintomas começarem, o ideal é buscar
avaliação médica o quanto antes. Por ser uma doença altamente contagiosa,
estima-se que nove em cada dez pessoas que tiverem o contato com o paciente,
podem ficar doentes também. Quem foi devidamente vacinado está mais protegido,
mas devemos pensar nas crianças e nas pessoas mais velhas, que talvez não
tenham tomado as duas doses da vacina. É tão sério que o sarampo foi a
principal causa de morte em crianças antes da vacina ser difundida – explica.
O período de incubação, que é o tempo que o paciente
pode demorar para desenvolver a doença, é de 7 a 21 dias, a partir do contato
com outro infectado até o exantema. A transmissão de uma pessoa para outra inicia
quatro dias antes do quadro de exantema e quatro dias depois.
Juarez Cunha ressalta que a gripe não deixa o corpo
manchado. Então, este sintoma pode ser de sarampo. Além disso, a partir de uma
desconfiança de que a criança esteja com a doença, deve se evitar contato na
escola ou na creche, por exemplo.
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