Petrobras tem resultado negativo de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre
Nível de endividamento permaneceu dentro das metas estabelecidas no plano estratégico
Agência Brasil
A Petrobras reportou um resultado negativo de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre de 2024, devido a eventos que afetaram o resultado contábil, mas com impacto residual no caixa. O principal fator foi a adesão ao edital de contencioso tributário em junho de 2024, que permitiu o encerramento de disputas judiciais significativas relacionadas a afretamentos de embarcações e plataformas, além dos contratos de prestação de serviços associados. Esse acordo trouxe previsibilidade aos dispêndios da companhia, evitando custos financeiros com garantias judiciais e outras despesas processuais.
A presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou que os resultados ficaram dentro do esperado:
— Os resultados operacionais foram sólidos e ocorreram dentro do esperado. Eventos não recorrentes, como o acordo tributário com o Ministério da Fazenda, que trouxe vantagens expressivas para a empresa e para a União, e a marcante volatilidade cambial no período, sem efeito no caixa nem no patrimônio da companhia, impactaram a contabilidade interna da empresa, afetando também o resultado do trimestre — declarou.
Magda ressaltou que o nível de endividamento também permaneceu dentro das metas estabelecidas no Plano Estratégico, com uma relevante geração de caixa, evidenciando o potencial de valor que a Petrobras pode gerar com suas operações.
— Com bom fluxo de caixa e dívida baixa, estamos investindo na nossa produção de petróleo, gás e derivados, na reposição de reservas e na transição energética, de modo a garantir a sustentabilidade da Petrobras no longo prazo. Nossa maior prioridade é construir o caminho para que a Petrobras das próximas décadas continue sendo tão ou mais relevante quanto a Petrobras de hoje para o Brasil.
A Petrobras informou que teve uma forte geração de caixa no segundo trimestre deste ano, registrando um Fluxo de Caixa Operacional (FCO) de R$ 47,2 bilhões, superior ao observado no primeiro trimestre. O fluxo de caixa é um importante indicador da capacidade da companhia de gerar recursos a partir de suas operações regulares.
“No mesmo período, a dívida bruta da Petrobras apresentou uma queda de cerca de US$ 2,2 bilhões, o equivalente a 3,6%, em comparação ao trimestre anterior, atingindo US$ 59,6 bilhões. A dívida financeira diminuiu cerca de US$ 1,4 bilhão, o equivalente a 5,1%, para US$ 26,3 bilhões, o menor nível desde 2008”.
Apesar do resultado negativo no segundo semestre de 2024, a Petrobras anunciou que continuará pagando dividendos aos acionistas, conforme sua Política de Dividendos atrelada ao fluxo de caixa operacional.
Investimentos e Contribuição para a Sociedade
No segundo trimestre, a Petrobras realizou investimentos significativos, totalizando US$ 3,4 bilhões, com foco principalmente em grandes projetos do pré-sal. Nos primeiros seis meses do ano, os investimentos somaram US$ 6,4 bilhões, um aumento de 12,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A receita líquida da Petrobras no segundo trimestre aumentou 4% em relação ao trimestre anterior, refletindo um crescimento de 10% nas receitas de exportação de petróleo, impulsionadas pela valorização do Brent, petróleo extraído do Mar do Norte e comercializado na Bolsa de Londres.
As operações da Petrobras continuaram a contribuir fortemente para a sociedade brasileira, com o pagamento de R$ 70 bilhões em tributos aos diversos entes federativos (União, estados e municípios) no segundo trimestre de 2024, representando um aumento de 24% em relação ao segundo trimestre de 2023. Além disso, foram pagos R$ 14 bilhões em dividendos ao grupo de controle (União), totalizando R$ 84 bilhões de retorno direto à sociedade, referentes somente ao segundo semestre.
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