João Adolfo Guerreiro

Amanhã teremos um dia tão legal que até feriado será: 1º de Maio - Dia do Trabalhador. Alguns ainda insistem em dizer Dia do Trabalho, mas não, é Dia do Trabalhador, o resto é sofisma.

Uma data, assim como o Dia Internacional da Mulher, com significado histórico e classista: o da luta dos trabalhadores assalariados por seus direitos nos séculos XIX e XX, a custa de sofrimento e da vida, contra a brutal exploração capitalista. Uma luta que se renova na atualidade e que volta a urgir, nesses tempos pós reformas trabalhista (quem ainda tem direitos?) e previdenciária (quem se aposentará no futuro?), onde todos parecem destinados a se tornarem "pejotas" ou empreendedores, uma variação semântica e concreta - e bem mais radical - para trabalhadores sem direitos.

As grandes empresas transnacionais, que se apropriam da revolução tecnológica, gestam esse futuro distópico para a maior parte da população do planeta, aprofundando o desemprego estrutural tecnológico. Uma nova classe surgirá, a dos zumbis econômicos, totalmente excluídos da economia e do mercado de trabalho - sem utilidade alguma para ambos -, como o autor de Sapiens, Yuval Noah Harari (na imagem acima, rindo no deserto), nos informou no artigo O Significado da Vida em um Mundo sem Trabalho, onde escreveu "sobre uma nova classe de pessoas que deve surgir até 2050: a dos inúteis". Procurem e leiam.

"Inútil, a gente somos inútil"? - Ultraje a Rigor. É a pergunta que fica, cuja resposta será dada pelas pessoas, no presente e no futuro, através da renovação das lutas politicas e econômicas. Mas hoje, o que importa é que amanhã, faça chuva ou faça sol, será um lindo dia: o do feriado pelo Dia do Trabalhador. Um bom 1º de Maio para todos.

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